A China já restringiu as exportações e ordenou uma investigação sobre oferta e preços de fertilizantes

O planejador estatal da China ordenou que todas as regiões precisam garantir fornecimento e preços estáveis ​​de fertilizantes. Assim pediu a rápida retomada da produção em todas as empresas fechadas. Sendo a China uma grande produtora de fertilizantes, já restringiu as exportações e ordenou uma investigação sobre oferta e preços. O Brasil, atualmente, é o maior importador destes insumos e essas barreiras acabam deixando ainda mais tensa a crise dos fertilizantes.

A medida da China para limitar as exportações de fertilizantes terá impacto no mundo todo; pois o país é um fornecedor importante de ureia, sulfato fosfato, respondendo por cerca de 30% do comércio global. Aliás, a crise já afeta os carregamentos e ofertas de fertilizantes dentro do Brasil.

Os preços dos fertilizantes aumentaram globalmente desde o ano passado devido à forte demanda e aos altos preços da energia. Autoridades chinesas impuseram novas restrições a exportadores de fertilizantes diante da crescente preocupação com os maiores custos da energia e com a produção de alimentos. Essa medida pode intensificar o choque global de preços.

A NDRC defende a estabilidade de suprimentos e dos preços dos fertilizantes

Além disso, tem a Guerra travada pelos maiores exportadores mundiais de fertilizantes, Rússia e Ucrânia. Isso tem servido como propulsor das cotações e crises no setor de alimentos. Inúmeras cargas foram travadas nos Portos da China, prejudicando o mercado externo e favorecendo a demanda interna do país.

Os insumos acabarão sendo vendidos no mercado interno ou enfrentarão atrasos na exportação, disseram pessoas que pediram anonimato. A adoção de medidas pelas autoridades chinesas seguem um regulamento para o regime aduaneiro que entrou em vigor desde outubro. Dessa forma, exige a inspeção adicional das exportações de fertilizantes.

Tal medida vêm depois de um comunicado da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, a principal agência de planejamento econômico da China. Ela defende a estabilidade de suprimentos e dos preços dos fertilizantes, devido à importância dos insumos para a produção agrícola e segurança alimentar.

A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC) não deu detalhes sobre quanto da produção foi suspensa, ou se houve suspensão, mas um aumento nos casos de Covid-19 levou algumas fábricas a interromper as operações.

O documento da NDRC também traçou outras medidas críticas para garantir a segurança alimentar. Por isso, incluiu o fortalecimento da gestão da safra de trigo após um atraso no plantio no ano passado. Reiterou ainda a necessidade de expandir “vigorosamente” a produção de soja e óleo e expandir o cultivo de milho sempre que possível.

A China iniciou a liberação de mais de 3 milhões de toneladas de fertilizantes de suas reservas comerciais

Os preços da ureia na semana passada subiram para 2.782 iuanes por tonelada após um aumento nos preços globais de energia, incluindo gás natural e carvão, que são a matéria-prima da produção de fertilizantes.

A China iniciou a liberação de mais de 3 milhões de toneladas de fertilizantes de suas reservas comerciais em março para a temporada de plantio de primavera no Hemisfério Norte, disse o planejador estatal.

Mais fertilizantes serão liberados das reservas para atender à demanda do mercado durante o principal período agrícola, e o governo acompanhará de perto a situação do mercado para garantir oferta e preços estáveis de fertilizantes, disse o Comitê Nacional de Desenvolvimento e Reforma em comunicado.

Enquanto isso, Pequim tem se esforçado para fornecer fertilizantes suficientes para seus 300 milhões de agricultores para manter os preços sob controle. Ainda assim, o país promete reforçar a segurança alimentar em meio à intensificação de preocupações sobre a oferta em meio à guerra da Ucrânia.

Fonte: Compre Rural