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Apelidada de pirâmide solar, devido ao seu formato, a usina com potência instalada de 4,55 megawatts (MW) foi inaugurada em 29/3

Como uma cidade transformou um aterro sanitário em usina solar

A solução também traz economia para os cofres públicos

Uma usina solar instalada sobre o aterro sanitário do Caximba, desativado em 2010, é o novo símbolo de Curitiba. Apelidada de pirâmide solar, devido ao seu formato, a usina com potência instalada de 4,55 megawatts (MW), foi inaugurada na quarta (29), no aniversário de 330 anos da cidade.

O projeto que integra o Curitiba Mais Energia, é uma das estratégias da cidade para combater e mitigar as mudanças climáticas. Sobretudo, por meio da produção de energia renovável. Pois o município conseguirá reduzir a emissão de duas mil toneladas de CO2 na atmosfera. Dessa forma vai colaborando para o cumprimento das metas da cidade na redução dos gases do efeito estufa.

A solução também resulta em economia aos cofres públicos. Isso porque a energia que gera pelos módulos fotovoltaicos da usina solar se injeta em seguida na rede de distribuição da Copel (Companhia Paranaense de Energia Elétrica). E o valor é abatido da conta de energia do município.

A economia mensalmente é de cerca de 30% sobre o valor da conta de energia dos prédios públicos do município. O que pode representar, por ano, R$ 2,650 milhões, que poderão se reverter em benefícios à população.

Inovação

Com quase 8,6 mil painéis, a Pirâmide Solar do Caximba é a primeira usina solar em aterro sanitário da América Latina.

“Trata-se de um projeto de alta complexidade, que exigiu bastante estudo técnico da equipe de engenharia. Principalmente para superar os desafios de solo e terreno em um sistema fotovoltaico que nunca havia sido feito antes no país. Foram cerca de dois anos de desenvolvimento e análises para chegarmos num projeto seguro e eficiente”, comenta Marcelo Abuhamad. Ele é diretor comercial do Grupo Bonö Energia, empresa de engenharia e projetos de geração de energia solar.

Curitiba transforma aterro sanitário em usina solar - Imagem 2 de 3

Ainda segundo o especialista, a usina torna-se referência de projeto sustentável e construção ambiental sobre aterro sanitário para demais prefeituras e empreendimentos privados de tratamento e disposição final de resíduos no Brasil.

Apoio internacional

Para sair do papel, a usina teve investimento de R$ 28 milhões, sendo fruto de diversas parcerias. O retorno do investimento se estima em cerca de cinco anos. O projeto foi selecionado pela rede de cidades C40 e contemplado com recursos do Cities Finance Facility (CFF) do C40 para elaboração. Além disso, o projeto segue as regras de Geração Distribuída da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Também é uma colaboração do grupo C40 de Grandes Cidades para a Liderança Climática e da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH. Pois o grupo apoia cidades no desenvolvimento de projetos para reduzir as emissões de gases e frear o aumento da temperatura global.

Curitiba transforma aterro sanitário em usina solar - Imagem 3 de 3

O programa tem o financiamento do Ministério Federal Alemão para o Desenvolvimento Econômico e Cooperação (BMZ). Mais precisamente, pelo Departamento de Negócios, Energia e Estratégia Industrial do Reino Unido (BEIS) e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).

Enfim, a apresentação do projeto da pirâmide solar aconteceu na abertura do Smart City Expo Curitiba 2023. O maior evento de cidades inteligentes do país, que aconteceu em março na capital paranaense.