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Cientistas usam teste em camundongos com microrrobô desenvolvidos a partir de algas que impediu a disseminação de câncer com metástase

Cientistas testam microrrobô que viaja pelo pulmão e combate câncer

Cientistas usam teste em camundongos com microrrobô desenvolvido a partir de algas que impediu a disseminação de tumores com metástase para os órgãos respiratórios dos roedores

Engenheiros da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estado Unidos, criaram microrrobô que nada pelo pulmão para levar medicamentos contra o câncer diretamente aos tumores em metástase. A divulgação do estudo ocorreu na revista Science Advances.

Os testes se mostraram promissores, quando inseriram o microrrobô através de um tubo na traqueia de camundongos vivos. Os roedores que passaram por tal procedimento tiveram maior taxa de sobrevivência e a intervenção inibiu a disseminação do câncer para os pulmões.

Feitos de esferas de polímero biodegradável, os microrrobôs nanopartículas carregam o quimioterápico doxorrubicina. Essas partículas anexadas à superfície das células de algas verdes, permitem a movimentação dos robôs e a natação deles nos pulmões.

As nanopartículas são revestidas com membranas de glóbulos vermelhos, que as protegem do sistema imune. É como se os microrrobôs estivessem “camuflados” no organismo.

“Esse revestimento faz com que a nanopartícula se pareça com um glóbulo vermelho do corpo, de modo que não desencadeie uma resposta imunológica”, explica o coautor do estudo e doutorando em nanoengenharia na Universidade da Califórnia em San Diego, Zhengxing Li, em comunicado.

Segundo Li, o movimento ativo de natação dos microrrobôs melhorou significativamente a distribuição do medicamento no tecido pulmonar profundo, prolongando o tempo de retenção da droga. Com isso, foi possível reduzir a dosagem do fármaco, “possivelmente reduzindo os efeitos colaterais e mantendo a alta eficácia de sobrevivência”.

A FDA reconheceu as algas como seguras para uso

Em média, os camundongos sobreviveram 37 dias. Mas, para aqueles não tratados ou que receberam apenas o medicamento ou nanopartículas com a droga sem algas, o tempo médio foi de 27 dias.

Segundo os pesquisadores, os materiais usados na fabricação das nanopartículas biocompatíveis, não causam rejeição do organismo no qual introduzidos. Além disso, a Food and Drug Administration (FDA), agência regulatória americana, reconheceu as algas como seguras para uso.

Após os testes em camundongos, o intuito é realizar uma testagem em animais maiores antes de inserir finalmente os microrrobôs no organismo humano.