Evento 1º Festival de Cinema será entre 2 e 11 de dezembro, de forma online e presencial
A partir da próxima sexta-feira (2) será realizado o 1º Festival de Cinema e Cultura Indígena (FeCCI). O evento segue até dia 11 de dezembro, no Cine Brasília, no Distrito Federal, sendo uma iniciativa do cineasta mato-grossense Takumã Kuikuro, do Parque Nacional do Xingu.
Esse festival era um sonho antigo, cultivado há mais de 10 anos. Agora, a cultura e o cinema indígena se tornam protagonistas centrais das próprias produções audiovisuais, sendo uma forma de mostrar à população em geral as histórias de resistência e a importância da tradição dos mais de 305 povos originários no país, além de toda a ajuda e manutenção à biodiversidade desempenhada pelos indígenas.
“Há 10 anos atrás eu era um dos poucos cineastas indígenas em atuação no Brasil. Frequentava alguns festivais e vi que não existia ainda um festival com maior foco nos cineastas indígenas. Em 2011, eu estava no Cine Brasília como convidado, para mostrar o filme Hipermulheres. Depois, fui o primeiro júri indígena do Festival de Cinema de Brasília. Hoje, volto à casa do Cine Brasília, com um festival inteiro focado na temática indígena, com mais de 40 filmes”, contou.
A última etapa do festival começa nesta semana, mas o cineasta lembra que outras já foram realizadas, como uma Mostra no Território do Xingu, onde construíram a primeira Casa de Cinema no Xingu na aldeia Ipatse dos Kuikuro, com dois dias de evento para quase 500 pessoas.
“Também fizemos em Brasília, no mês de outubro, um laboratório de finalização de filmes. Nesse laboratório finalizamos três filmes de jovens realizadores de origem indígena, que exibiram durante o Festival”, explicou.
1º Festival de Cinema
Com o tema “Como você cuida da sua aldeia?”, o festival tem uma programação gratuita repleta de filmes, masterclasses. Além disso, rodas de conversas com diretores, cineastas e parceiros que estão aliados com a produção indígena.
Além da programação presencial, que conta com uma mostra competitiva e uma mostra paralela, o evento traz atividades online.
“Esse evento é uma semente e faz parte de um movimento maior, para que a gente possa fortalecer as produções e o cinema feito pelos povos indígenas. Mas essa é uma das primeiras mostras competitivas do Brasil com esse foco. Temos filmes especialmente de jovens cineastas. Ter uma mostra competitiva é reconhecer as produções e fortalecer os realizadores com premiações que possam estimular esse fazer criativo para que mais produções possam realizadas”, afirmou.