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A confiança dos donos de pequenos negócios do setor da indústria apresentou alta de 2,8 pontos em dezembro de 2022

Confiança dos pequenos negócios da indústria sobe em dezembro

Aceleração dos pequenos negócios da indústria foi impulsionada pelos alimentos, refino e produtos químicos, metalurgia e produtos de metal

A confiança dos donos de pequenos negócios do setor da indústria apresentou alta de 2,8 pontos em dezembro de 2022. A aceleração foi impulsionada pelos alimentos, refino e produtos químicos, metalurgia e produtos de metal.

Os dados são do Índice de Confiança das micro e pequenas empresas (IC-MPE), calculado pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O índice compila informações sobre os três principais setores da economia: Comércio, Serviços e Indústria de Transformação.

Enquanto a Indústria subiu, os pequenos negócios do Comércio e de Serviços apresentaram queda de 1,1 ponto e 0,3 ponto, respectivamente. Quando considerado o índice geral, que engloba os três setores, o IC-MPE de dezembro registrou leve recuo de 0,5 ponto.

Apesar da ligeira redução nas vendas em dezembro, a expectativa do Sebrae é de melhora para os próximos meses, sobretudo nos Serviços e Indústria.

Negócios, Comércio, Serviços e Indústria

No Comércio, a queda da confiança foi observada tanto no quesito referente à situação atual dos negócios quanto às expectativas de negócios no curto prazo. Os dados negativos foram puxados pelos materiais de construção e bens de consumo.

Já em Serviços, a confiança praticamente se estabilizou, devido aos sinais opostos dos indicadores de demanda atual (em queda) e de demanda futura – com expectativa de melhora nos negócios na demanda, no faturamento e no emprego do setor, para os próximos meses.

Carlos Melles, presidente do Sebrae, explica que os últimos meses de 2022 se marcaram por uma redução do índice de confiança para as empresas brasileiras de todos os portes. Em parte pelas incertezas associadas ao período eleitoral e, nesse momento, às incertezas naturais associadas ao início de um novo governo.

“No campo da economia, embora o setor de Serviços tenha avançado no 2º e 3º trimestre do ano, o endividamento das famílias, a inflação e as altas taxas de juros contribuíram para uma maior cautela dos consumidores, que reduziram sua demanda por bens e serviços no 4º trimestre – aumentando os estoques nas empresas. Apesar das possíveis incertezas sobre a condução da política econômica, estamos otimistas quanto às sinalizações de fomento ao empreendedorismo e crédito para o segmento”, destaca Melles.

No que diz respeito ao Comércio, as confianças regionais foram difusas: enquanto Sudeste e Sul recuaram nos índices, Nordeste, Norte e Centro-Oeste avançaram. O mesmo se deu em Serviços, onde Sul e Nordeste subiram, em contraposição ao Sudeste, Norte e Centro-Oeste que tiveram queda. Indústria apresentou variações opostas, com destaque para aumento no Sul e queda no Nordeste.

No nível internacional, o especialista acredita que o cenário desafiador persistirá, devido ao aumento esperado nas taxas de juros no exterior.

Acesso ao crédito

Contudo, os pequenos negócios do Comércio sinalizaram uma forte migração para a avaliação de normalidade, com aumento de 8,8 pontos.

Todavia a proporção de empresas de Serviços que consideram estar “fácil” obter crédito, cedeu 1,2 pontos. Já na Indústria, a proporção de donos de MPE que percebe o grau de exigência como alto, cedeu 1,6 pontos.

Emprego previsto

No Comércio, a parcela das empresas que projeta aumento das contratações entre os meses de janeiro a março deste ano avançou 2,1 pontos percentuais, enquanto aquelas que sinalizam que não, recuou 5,7.

No mesmo período, a previsão de que o pessoal ocupado seria menor na Indústria caiu 7,7 pontos. Movimento contrário se deu nos Serviços, em que a parcela das empresas apostando que o número de pessoas empregadas aumentará, recuou 1,2 pontos.