Brasil havia elaborado uma resolução que seria a primeira manifestação formal do órgão da ONU diante do novo conflito no Oriente Médio
Como o Brasil tem poder de veto na ONU, o texto foi integralmente reprovado, e agora uma nova versão será elaborada, ainda sem prazo, segundo o Itamaraty.
Doze países, entre eles a China, votaram a favor do texto brasileiro. Foram eles:
- Brasil;
- China;
- França
- Albânia;
- Equador;
- Gabão;
- Gana;
- Japão;
- Malta;
- Moçambique;
- Suíça e
- Emirados Árabes Unidos
Rússia e o Reino Unido se abstiveram
O embaixador do Brasil na ONU, Sérgio Danese, criticou o veto dos EUA. Aliás, há dias, o Itamaraty vinha tentando convencer Washington a apoiar seu texto – e se disse “profundamente triste e decepcionado”.
Logo após a votação, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, argumentou que seu país ficou “desapontado” pelo fato de o texto não mencionar o direito de autodefesa de Israel.
A rejeição dos EUA, contudo, veio depois de a Rússia propor mudanças para o texto brasileiro. O embaixador russo na ONU, exigiu a inclusão de um pedido de cessar-fogo imediato, o que Washington é contra.
Mas vetaram a proposta russa, que seria uma alternativa à proposta do Brasil já no início da semana.
Por que veto dos EUA barrou texto
Os Estados Unidos vetaram a resolução do Brasil no Conselho de Segurança da ONU sobre o conflito Hamas X Israel
Apesar de a maioria dos países terem votado a favor, a proposta do Brasil acabou rejeitada porque os Estados Unidos são um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, ao lado de China, Reino Unido, França e Rússia.
Pelas normas do conselho, esses cinco países têm poder de, sozinhos, vetar totalmente uma proposta, independentemente do número de votos favoráveis a ela.
Pela primeira vez, EUA terá de justificar veto
Apesar de os Estados Unidos ter o poder de veto sobre propostas em votação no Conselho de Segurança da ONU, então, terá de justificar o veto.
Esta será a primeira vez que os EUA terão de fazer essa justificativa, um recurso adotado no início de Guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022. Na ocasião, a Assembleia Geral do Conselho aprovou uma medida obrigando os membros permanentes a justificarem eventuais votos contrários a uma resolução.
Na sessão de justificativa, que deverá acontecer em um prazo de até dez dias, os EUA terão de responder o questionamento de países. Assim como a expectativas que os representantes do Oriente Médio façam questionamentos pesados.
A Palestina que é um membro observador do conselho, da mesma forma, poderá questionar os Estados Unidos.
Até agora, só a China e a Rússia tinham justificado os vetos.