O Coringa só ganhou seu próprio filme em 2019
Nenhum outro vilão da história dos quadrinhos é mais icônico, ameaçador e perturbador que o Coringa. Criado em 1940 por Jerry Robinson, Bill FInger e pelo desenhista e roteirista Bob Kane, que também criou o próprio Batman, o Coringa surgiu como um psicopata sádico e dono de um humor doentio. Dedicando, assim, sua imensa inteligência para o crime.
Já retrataram o personagem diversas vezes na TV e no cinema. Mas só ganhou seu próprio filme em 2019. Uma das obras de maior sucesso de público e crítica daquele ano, Coringa chega ao Amazon Prime Video. Sendo assim, o filme que consagrou Joaquin Phoenix como um dos maiores atores de sua geração. E que confirmou o Coringa como um dos grandes vilões também da história do cinema.
Depois do sucesso da série Batman na TV dos anos 1960, o macabro personagem chegou aos cinemas em 1989, no filme de mesmo nome, interpretado de forma brilhante por ninguém menos que Jack Nicholson.
Na obra, dirigida por Tim Burton, tanto o personagem quanto o próprio universo geral de Gotham City, surgem um pouco mais leves. Sobretudo, do que a tonalidade sombria e densa que viriam a ter em filmes futuros.
O ator buscou inspiração nas mais variadas e loucas referências
Depois que Heath Ledger fez história como o Coringa em Batman: O Cavaleiro das Trevas, de 2008, a tarefa de Joaquin Phoenix ao protagonizar a primeira película exclusiva do vilão se tornou ainda mais difícil e interessante.
Em Coringa, passado em 1981, Phoenix vive Arthur Fleck. Um comediante e palhaço fracassado, que trabalha para uma agência de talentos. Mas que sofre com problemas psíquicos.
Após sua demissão e o tratarem como um paria social, ele inicia a série de crimes que o transforma no psicopata que batiza o filme. E que inicia um levante social contra a elite de Gotham City. Pois ali se representa principalmente por Thomas Wayne, pai de Bruce Wayne.
Era fundamental que o vilão de Phoenix não trouxesse nenhuma influência das interpretações de Nicholson e Ledger.
Assim, para traçar o personagem em uma nova versão, o ator buscou inspiração nas mais variadas (e loucas) referências.
O diretor Todd Phillips escreveu o papel pensando em Phoenix
A icônica risada, por exemplo, foi construída a partir de vídeos e registros de pessoas que sofrem de “riso patológico”. Uma doença que normalmente ocorre como sequela de alguma lesão cerebral. Isso leva o paciente a rir ou chorar compulsivamente e sem qualquer motivo e na história, afeta o próprio personagem. A ideia do diretor era a de que seu riso fosse igualmente uma perturbadora expressão de dor.
Os movimentos corporais e faciais se originaram a partir do estudo de grandes estrelas do cinema mudo. Como por exemplo, Ray Bolger e Buster Keaton, e outros clássicos do cinema. O Rei da Comédia, Taxi Driver e Tempos Modernos também inspiraram o processo de criação do ator e do diretor Todd Phillips. Ele planejou e escreveu o papel desde o início pensando em Phoenix para viver seu Coringa.
A mente doentia e a aparência do personagem também se inspirou em John Wayne Gacy. Um serial killer da vida real, mais conhecido como “Palhaço Assassino”. Pois entre 1972 e 1978, cometeu 33 assassinatos cruéis, e recebeu 21 sentenças de prisão perpétua e 12 penas de morte.
O filme foi um imenso sucesso de crítica
Para interpretar o papel, Phoenix enfrentou uma dieta intensa e perdeu quase 24 quilos, em processo que determinou o ritmo da filmagem. Como forma de proteger a saúde do ator, as cenas não poderiam ser refeitas durante a edição.
Todo esse esforço, porém, foi recompensado. Já que o filme foi um imenso sucesso de crítica. E uma das maiores bilheterias do ano, arrecadando mais de 1 bilhão de dólares em todo o mundo. O filme estreou no prestigiado Festival de Veneza, onde foi aplaudido de pé por 8 minutos. E conquistou o Leão de Ouro, prêmio mais importante do festival.
Na edição 2020 do Oscar, Coringa recebeu nada menos que 11 indicações. Incluindo nas categorias de Melhor Filme e Melhor Diretor. E além disso, venceu em Melhor Trilha Sonora e justamente em Melhor Ator.
Assim, Phoenix se tornou a segunda pessoa a vencer o prêmio mais famoso do cinema mundial interpretando seu mais emblemático vilão. É, portanto, esse verdadeiro clássico moderno e um dos melhores filmes contemporâneos que chegou este mês para abrilhantar ainda mais a seleção de filmes do Amazon Prime Video. E para fazer ressoar a mais sombria gargalhada nas telas da plataforma.
