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O órgão pode colaborar na CST para fazer o trabalho de acompanhamento da aplicação de políticas públicas, como na área de saúde

CST das causas indígenas é instalada pela segunda vez na ALMT

A câmara temática havia sido atrapalhada pela pandemia

Foi instalada, nesta segunda-feira (20), a Câmara Setorial Temática (CST), para promover levantamentos técnicos, estudos, pesquisas e análises sobre as causas indígenas.

O encontro reuniu representantes da Casa Civil do estado, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) – coordenação Cuiabá. Entre outros membros do grupo de trabalho.

O presidente da CST, deputado licenciado Carlos Avallone (PSDB), destacou que é a segunda vez que uma câmara discute esse assunto que se origina pela Assembleia Legislativa. “Nós estamos dando continuidade a um trabalho iniciado no mandato passado. A câmara temática [anterior] foi atrapalhada pela pandemia, entregamos o relatório final, avançamos em algumas coisas, mas não deu para aprofundar”, lembrou.

Agora, o deputado pretende que a CST tenha outros resultados. “Vamos estudar a questão da educação, saúde. Falta tudo nas aldeias indígenas, remédio para pressão, diabetes e muitos morrem porque mudou a alimentação. Na educação, tem regiões que passam por dificuldades imensas”, explicou Avallone.

O objetivo é ouvir quem vai comandar a política indigenista no país

Representante da Funai – coordenação Cuiabá, Márcio Barros, disse que o órgão pode colaborar na CST por fazer o trabalho de acompanhamento da aplicação de políticas públicas, como na área de saúde. “Todos esses conhecimentos vão servir pra fazer o levantamento das necessidades, prioridades dos indígenas. A Funai participa nesse sentido, colaborando com a experiência que adquiriu ao longo desses anos todos com seus técnicos, que fazem a avaliação técnica e avaliação política das situações dos indígenas”,  ressaltou.

Carlos Avallone adiantou ainda que tem planos de se reunir com a ministra dos Povos Originários, Sônia Guajajara, e com a presidente da Funai, Joenia Wapichana, em Brasília no próximo mês.

“O objetivo é ouvir quem vai comandar a política indigenista no país. Com isso, dentro do trabalho que nós queremos fazer, a gente vai tentar ter o mínimo de confronto possível. Mas, se precisar discutir ações, acho que elas vão estar abertas para escutar as experiências de Mato Grosso, principalmente, da parte econômica porque já tem algumas áreas aqui plantando soja. Tem de ver qual o pensamento do novo governo sobre isso”, disse.

Diálogo

Carlos Avallone também garantiu que o espaço está aberto para representantes do todas as etnias do estado participarem da câmara. “Todas estão convidadas, são muitas, temos já alguns representantes. Muitos [indígenas] são representados por Ongs que vão estar na composição. Além disso, a comunicação vai ser a mais transparente possível, queremos fazer um trabalho importante para o estado e principalmente para os  indígenas”, afirmou.

Assessor parlamentar e membro da CST, Márcio Bororo, defendeu o respeito às especificidades de cada etnia. “Cada povo, dentro dessa pluralidade, tem uma cosmologia diferente. Respeitando esse diferencial, você está respeitando o indivíduo indígena em si, porque a pessoa indígena aprecia quando o não-indígena respeita a sua cultura, sua identidade”, salientou. “Seria interessante fazer um registro da situação dos povos indígenas, trabalhos de campo porque não adianta colocar uma política pública de cima para baixo”, defendeu.

A relatoria da CST está a cargo de Rosângela Saldanha Pereira, enquanto o responsável pela secretaria é Jorge dos Santos.