Cientistas divulgam imagens do iceberg A81, que gerou preocupações ambientais
Acabam de divulgar as primeiras imagens aéreas captadas do gigantesco iceberg A81, que recentemente se desprendeu da Plataforma de Gelo de Brunt. As fotos foram feitas pelos cientistas que compõem a equipe da Pesquisa Antártica Britânica (British Antarctic Survey – BAS).
Com uma área total superior a 1.550 quilômetros quadrados, o bloco de gelo tem uma extensão maior que a da cidade de São Paulo. Além do A81, os especialistas estão acompanhando de perto o movimento do iceberg A76a, que é ainda maior.
Os icebergs A76a e A81, encontram-se atualmente a centenas de quilômetros de suas localidades originais, fato que tem causado grande preocupação à comunidade científica internacional.
Acontece que o deslocamento desses blocos de gelo pode representar riscos para a vida das espécies animais. Sobretudo, daquelas que habitam a região sul do planeta, além de afetar a navegação de navios na área.
Dentre os efeitos que causam preocupação, os cientistas explicam que, à medida que os icebergs derretem, eles liberam água doce no oceano. O que contribui para o aumento do nível dos mares, mas também para a alteração da composição química local.
As perturbações provocadas nos níveis de sal, por exemplo, podem afetar organismos aquáticos e gerar um desequilíbrio no ecossistema do oceano, afetando, portanto, fauna e flora marinhas.
Os icebergs ao chegarem em águas menos profundas tem o risco de encalharem
Em uma análise oposta, observa-se que o derretimento provoca a liberação de minerais presos no gelo, o que facilita a proliferação do fitoplâncton, microorganismos que vivem “boiando” na lâmina d’água e que são capazes de realizar a fotossíntese.
Embora o derretimento dos icebergs seja considerado uma situação que traz consequências positivas e negativas para a biodiversidade, o deslocamento desses blocos de gelo é um problema adicional e preocupante por si só.
Isso porque os icebergs seguem em direção às ilhas Sandwich e Geórgia do Sul, e, ao chegarem em águas menos profundas, há o risco de encalharem no leito oceânico, gerando danos aos habitats presentes nessa área, tais como corais e estuários.
Recentemente, em 2021, um outro iceberg, o A68a, também chegou na região das ilhas Sandwich e Geórgia do Sul, causando um considerável impacto ambiental.
Na ocasião, o bloco de gelo se quebrou em diversos pedaços, que posteriormente se derreteram. Liberando assim, cerca de 152 milhões de toneladas de água doce no mar, segundo os cientistas que acompanharam o movimento do objeto.