TSE ainda estuda estratégia de criar uma rede de observadores internacionais para as eleições 2022
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, anunciou nesta terça-feira (17), que a Corte não desistiu de contar com representantes europeus na observação das eleições 2022, tendo a expectativa de trazer ao País mais de 100 autoridades internacionais para atuarem como observadores durante o período de campanha em outubro.
Para atingir sucesso na empreitada, o TSE firmou parceria com o Instituto Internacional para Democracia e Assistência Eleitoral (Idea Internacional); que coordena a criação de uma rede de observações formada, especialmente, por representantes europeus.
A estratégia de criar uma rede de observadores internacionais surge após o recuo do TSE no convite às autoridades da União Europeia para atuarem em missão de observação antes, durante e depois das eleições. Fontes na diplomacia europeia disseram que o convite para uma missão exploratória caiu por causa de “reservas expressas pelo governo brasileiro”.
O Ministério das Relações Exteriores realizou contraofensiva imediata à movimentação do tribunal e disse que o eventual convite à comunidade europeia destoa do modo de funcionamento convencional das missões de observação.
A pasta não recebeu com satisfação o movimento da Justiça Eleitoral de trazer observadores, segundo então uma fonte do TSE. Em nota, o Itamaraty disse “não ser da tradição do Brasil ser avaliado por organização internacional da qual não faz parte”.
Exemplo para o mundo
Durante evento no TSE, nesta terça-feira (17), sobre democracia e eleições na América Latina, Fachin disse que, neste ano, “o Brasil olha para o mundo e o mundo democrático olha para o Brasil”. De acordo com o ministro-presidente, os acontecimentos do País “influenciam o cenário global”; assim como os eventos internacionais impactam o Brasil.
O magistrado citou a “estapafúrdia invasão do Capitólio (nos Estados Unidos, em janeiro de 2021); os ataques ao Instituto Eleitoral do México e, por fim, as ameaças de morte sofridas por autoridades eleitorais do Peru; como exemplos de fatos que se refletem no País.
O TSE preparou uma ofensiva internacional para trazer delegações estrangeiras ao País em outubro, numa tentativa de chancelar os resultados das urnas eletrônicas.
A Justiça Eleitoral, portanto, pretende trazer ao território nacional observadores consolidados como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o Carter Center; organização fundada pelo ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter na área dos direitos humanos.