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TCU chegou a pedir mais 60 dias para aprofundar o estudo do plano de privatização da Eletrobras, isso teria atrapalhado o cronograma de privatização

Eletrobras: Privatização deve ocorrer até julho, diz ministro Bento Albuquerque

Ministro Bento Albuquerque acredita que a privatização da Eletrobras deva acontecer até julho, embora atrasos dificultem a avanço no processo

A oferta de privatização da Eletrobras está prevista para acontecer até julho, afirmou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, nesta sexta-feira (22), após o Tribunal de Contas da União (TCU) ter adiado por pelo menos 20 dias a decisão final sobre o processo.

Em entrevista coletiva virtual durante visita à Índia, Albuquerque disse que houve um avanço no processo, embora o tribunal tenha atrasado a decisão final.

Anteriormente, o juiz do TCU Vital do Rego chegou a pedir mais 60 dias para aprofundar o estudo do plano de privatização da empresa por meio de oferta de ações; o que teria efetivamente atrapalhado o cronograma de privatização. Mas outros membros do tribunal reduziram o atraso para 20 dias.

Durante meses, os auditores do TCU revisaram o plano de abrir mão do controle estatal sobre a Eletrobras. A empresa propôs uma venda de ações para arrecadar pelo menos 25 bilhões de reais, enquanto dilui a participação do governo para torná-la um acionista minoritário.

O fim de julho e começo de agosto é um período muito próximo das eleições presidenciais, e tem forte volatilidade no mercado de ações. Além disso, grandes fundos internacionais não costumam fazer aportes em capitalizações no segundo semestre, quando é férias no Hemisfério Norte.

O adiamento ocorre mesmo já havendo uma sinalização favorável à privatização. Além do relator, Aroldo Cedraz, os ministros Jorge Oliveira, Benjamin Zymler, Bruno Dantas, Antônio Anastasia e Walton Alencar sinalizaram votos a favor da operação. Isso já forma maioria porque oito ministros podem votar nesse processo; a presidente Ana Arraes só vota em caso de empate.

Privatização da Eletrobras e período eleitoral

O TCU dividiu a análise da privatização em dois processos. Primeiro, o Tribunal avaliou a precificação das usinas hidrelétricas da Eletrobras. Agora, a corte analisa a operação em si, como o preço mínimo das ações.

Em relatório, analistas da Ativa Investimentos disseram que o fracasso em privatizar a Eletrobras no cronograma atual é negativo para a empresa; mas ainda pode acontecer este ano.

“Embora essa possibilidade seja viável, a proximidade do período eleitoral e as férias no hemisfério Norte podem colocar em risco a execução do processo”, disseram em nota.