Professores explicam que por causa do método de correção (TRI), é importante garantir os acertos das perguntas mais fáceis
Como se organizar para o Enem 2023? Onde escrever os cálculos? O que fazer se não souber responder? Quantos minutos gastar por pergunta? Tire suas dúvidas abaixo.
1- Por quais questões começar sobre Enem 2023?
No Enem 2023, dois candidatos podem acertar exatamente o mesmo número de questões, mas tirar notas diferentes. Pode parecer estranho ou injusto, mas a explicação é o modelo de correção adotado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep): Teoria de Resposta ao Item (TRI).
A TRI beneficia quem realmente se preparou para o exame. Por exemplo: se alguém acerta as questões mais difíceis, mas erra aquelas consideradas fáceis, tirará uma nota menor do que o aluno que foi mais “coerente” e só errou as complexas. Ou seja, é basicamente um sistema que tenta detectar os “chutes”.
Por isso mesmo, é importante garantir que as perguntas mais simples estejam corretas. Melhor, então, começar por elas, antes que o cansaço aumente!
- Na 1ª leitura: resolva todas as questões que podem ser solucionadas rapidamente;
- Na 2ª leitura: encare as questões que deixaram apenas uma dúvida pontual;
- Na 3ª leitura: faça as mais longas ou sobre assuntos não tão comuns no Enem.
2- E se não souber responder? É melhor “chutar” ou deixar em branco?
Por mais que a TRI, como explicamos acima, atribua menos pontos ao candidato que “chuta” as respostas (em comparação ao que tem um desempenho “coerente”), nunca deixe o gabarito em branco, explica João Pitoscio Filho, coordenador pedagógico do Curso Etapa.
“É melhor arriscar um ‘chute cego’ do que deixar uma questão sem resposta”, afirma.
Qualquer pontinho é melhor do que nada, certo?
3- Quando passar as respostas a limpo? Só no fim?
O coordenador do Etapa recomenda que os candidatos façam a prova por partes, intercalando com o preenchimento do gabarito.
“Uma dica é dividir por blocos, ou seja, fazer entre 10 e 15 questões, passar as respostas para o gabarito e depois ‘atacar’ outro bloco”, afirma.
Atenção: seguindo a dica número 1, o aluno não vai resolver a prova de forma linear. Preciso tomar cuidado, então, para não esquecer alguma questão e só perceber na hora de passar as respostas a limpo.
Quando decidir “pular” alguma pergunta, o ideal é fazer algum sinal gráfico ao lado do enunciado (pode ser um “x” ou um asterisco, por exemplo).
4- Quantos minutos gastar por questão?
No segundo domingo, serão 5 horas de prova. Para dar tempo de resolver as 45 questões de matemática e as 45 de ciências da natureza, a recomendação é que o aluno gaste, em média, 3 minutos por pergunta.
Mas não se desespere se levar mais do que isso para terminar alguma delas — as mais difíceis vão, sim, mais demoradas. Se perceber que está há muito tempo na mesma parte, passe para a próxima, de modo que garanta os acertos das mais fáceis. Depois, retome o desafio.
“O essencial ter treinado durante o ano para entrar na prova com uma estratégia definida e testada”, diz Pitoscio Filho.
E lembre-se: não é permitido usar relógio. Use como referência o que estiver na sala de aula.
5- Posso usar lápis para o rascunho das contas? Onde fazer os cálculos?
O Inep só permite que você use caneta preta de tubo transparente, tanto para resolver as questões quanto para passá-las a limpo no gabarito. Nada de lápis, lapiseira, borracha ou corretivo — nem para fazer as contas!
É um desafio, de fato, não poder apagar nada, ainda mais com tão pouco espaço. O candidato só tem uma folha em branco para o rascunho, no fim do caderno de questões.
O coordenador do Etapa recomenda aproveitar aqueles pedacinhos em branco nas margens das provas. “E é melhor evitar rabiscar desnecessariamente”, diz.