O estádio Ras Abu Aboud foi pensado apenas para a copa e é completamente desmontável
Há pouco mais de sete meses para o início da Copa do Mundo da FIFA, o Catar intensifica a movimentação para desmontar os canteiros de obras que se espalharam pelo país durante o período de preparação. Foram construídos sete novos estádios, sendo o maior deles o Lusail, com capacidade para 80 mil pessoas, que sediará a final do torneio, no dia 18 de dezembro. Um dos destaques, no entanto, é um estádio desmontável feito apenas para a Copa.
Ao todo, a infraestrutura esportiva do Catar contará com 8 estádios sedes, sendo que apenas um deles, o Internacional Khalifa, não teve a obra feita do zero. Apesar de ser bastante novo, inaugurado em 2017, o Khalifa passou por uma grande reforma, e teve suas instalações modernizadas para receber oito jogos do Mundial, incluindo a disputa do 3º lugar.
Chama a atenção dentre os estádios construídos a presença de uma arena 100% desmontável: o Ras Abu Aboud, localizado em frente à baía de Doha. O Estádio foi construído em forma modular, utilizando vidros e cerca de 974 contêineres e tubulações.
Sua estrutura comporta até 40 mil pessoas e sediará 7 partidas. Após a realização do mundial, o Ras Abu Aboud será desmontado; assim sua estrutura será aproveitada para a construção de várias praças esportivas no Catar.
A diretora executiva da Fast Engenharia, empresa brasileira especializada em engenharia e montagem de estrutura provisórias, Tatiana Fasolari, ressalta a ousadia do projeto catari:
“Nós estivemos no Catar no ano passado visitando o Ras Aboud com nosso parceiro local, a Alutec, empresa responsável pela execução deste estádio. In loco é realmente um projeto brilhante, que ao mesmo tempo mistura materiais simples como containers, com um projeto arquitetônico arrojado”.
Projeto adequado com o período da Copa do Mundo
Com vasta experiência em montagem de eventos esportivos pela Fast Engenharia e maior empresa de overlay da América Latina; com trabalhos realizados nas Olimpíadas do Rio 2016; na Copa do Mundo do Brasil 2014, GP de Fórmula 1 de São Paulo; ATP 500 Rio Open 2019, Jogos Olímpicos da Juventude em Buenos Aires 2028; Jogos Pan-americanos de Lima 2019 e outros; Fasolari analisa sobretudo a complexidade e a expertise necessária para a realização de um projeto nos moldes realizados pela organização da Copa do Mundo:
“A infraestrutura temporária em grandes eventos é a grande tendência deste século. Por ser extremamente sustentável, com a reutilização de praticamente todo material, redução de custo na construção e principalmente na manutenção pós a realização do evento”, pontuou.
“O grande desafio deste modelo de negócio é ter empresas capazes de executar estes projetos dentro dos prazos estipulados pelos comitês locais, que normalmente são extremamente curtos. A gestão e experiencia da equipe é fundamental, afinal, não podemos atrasar nem um segundo sequer. O evento tem dia e hora para começar, então não é possível a modificação da data de início”, finalizou.