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Os produtores estão com dificuldade de escoar o produto devido a falta de armazéns

Falta de armazéns preocupam agricultores do Mato Grosso

Em muitos municípios os armazéns já estão cheios e os grãos começam a ser estocados fora dos armazéns

Os produtores estão com dificuldade no escoamento dos produtos devido a falta de armazéns. Tendo em vista que mais de 65% da segunda safra de milho foi colhida. Ainda assim, a previsão é de chegar a 14 milhões de toneladas de milho.

Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), muitos municípios já estão cheios e o estoque está sendo feito do lado de fora da unidade de armazenagem e muitas vezes ao relento.

A capacidade de armazenamento em Mato Grosso, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), é de 27,6 milhões de toneladas. Mas, somando as safras de soja e milho deste ano, o volume de grãos no estado chega a 35 milhões de toneladas de grãos este ano.

O coordenador da comissão de Gestão de Produção da Aprosoja, Naildo Lopes, diz que há produtores armazenando milho em “silos-bag”, um sistema de armazenagem em lonas de plástico. “Em alguns municípios as tradings não estão comprando nem recebendo milho porque não tem mais espaço e ainda falta colher 30% da safra”, afirmou.

Falta de armazéns

O produtor rural e delegado da Aprosoja em Sorriso, Márcio Giroletti, revelou que alguns agricultores pararam de colher devido a falta de armazéns, até os armazéns conseguirem receber o produto novamente.

“Isso vai causando prejuízo, pois quanto mais tempo o milho fica na lavoura pior é, porque vai perdendo umidade, por exemplo”. No final o produtor é quem paga a conta, com maiores descontos na hora da venda”, explicou.

O presidente da Aprosoja, Carlos Fávaro, lembra que quase já venderam 70% da safra de milho. “Sabemos que Mato Grosso tem um déficit de armazenagem, mas com este percentual de milho vendido, teoricamente, não teríamos problema de armazenagem, pois o que já está vendido seria retirado e daria fluxo nos armazéns”, disse.

A falta de uma logística de transporte, aliado ao déficit de armazenagem, piora ainda mais a situação. O vice-presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Elso Pozzobon, comenta que a mudança na carga horária dos caminhoneiros também está impactando no escoamento da safra. Juntamente com a diminuição de profissionais disponíveis para o serviço e o aumento no preço do frete. “Somos altamente dependentes deste tipo de transporte em Mato Grosso e essa mudança está tornando o escoamento do produto ainda mais lenta”, explicou.

Fonte: grupo cultivar