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Na comparação com setembro de 2022, o indicador indústria também apresentou queda, de 1,4%; para CNI, juros elevados são fator de desaceleração

Faturamento real da indústria recua 0,5% em setembro, revela CNI

Na comparação com setembro de 2022, o indicador real da indústria também apresentou queda de 1,4%

A atividade da indústria de transformação perdeu dinamismo no mês de setembro. A pesquisa Indicadores Industriais, divulgada nesta terça-feira (31) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que houve queda do faturamento real, do número de horas trabalhadas na produção e do nível de utilização da capacidade instalada.

De acordo com os Indicadores Industriais, em setembro, o faturamento real da indústria de transformação teve recuo de 0,5% na comparação com agosto, na série livre dos efeitos sazonais.

Segundo a CNI, ao longo de 2023, o indicador tem alternado resultados positivos e negativos, com quedas mais expressivas do que as altas, mostrando uma trajetória de contração. Na comparação com setembro de 2022, o indicador também apresenta queda de 1,4%.

Juros altos

Para a economista da CNI Larissa Nocko, os juros elevados continuam como um importante fator de desaceleração da indústria.

A economista lembra ainda que o nível de endividamento e de inadimplência das famílias e a taxa média de juros das operações de crédito estão bastante elevados.

Emprego e salários

A pesquisa revela ainda que o emprego industrial manteve-se estável de agosto para setembro, com leve recuo de 0,1%. No ano, o indicador registrou dois meses de avanço e, nos outros sete meses, intercalou resultados de estabilidade e de queda, “confirmando a perda de dinamismo” após os avanços de 2021 e 2022.

Mesmo assim, na comparação com setembro de 2022, o indicador registra avanço de 0,4%.

Por outro lado, a massa salarial real da indústria de transformação cresceu 1,5% no mês passado ante agosto. Esse é o segundo mês de alta, acumulando crescimento de 2,4% em agosto e setembro.

De acordo com a pesquisa, ao longo do ano, o indicador alternou avanços e quedas, mas as variações positivas foram mais intensas que as negativas. Na comparação com setembro de 2022, a massa salarial real cresceu 3,1%.

O rendimento médio real também cresceu 1,6% em setembro ante agosto. Esse é o segundo mês consecutivo de crescimento do rendimento, que acumula alta de 2,7% em agosto e setembro. Em relação a setembro do ano passado, o rendimento médio real teve alta de 2,8%.

Capacidade instalada

Já a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) da indústria de transformação chegou a 78,1% em setembro, queda de 0,3 ponto porcentual na comparação ao resultado de agosto. Em relação a setembro de 2022, o recuo é ainda maior, de 2,8 p.p.

Segundo a CNI, o resultado da UCI mostra continuidade da queda observada na série desde 2021.