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Decisão formalizada na ONU e reacende tensões diplomáticas com Israel, que acusa presidente da França Emmanuel Macron

França vai reconhecer Palestina como Estado em setembro, diz Macron

Decisão formalizada na ONU reacende tensões diplomáticas com Israel, que acusa presidente da França Emmanuel Macron de “recompensar o terror”

O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou pelas redes sociais, nesta quinta-feira (24), que o país vai reconhecer oficialmente o Estado da Palestina. A formalização está prevista para a próxima Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro. Com isso, a França se junta ao grupo dos 147 dos 193 países-membros da ONU que reconhecem a região.

 

“Fiel ao seu compromisso histórico com uma paz justa e duradoura no Oriente Médio, decidi que a França reconhecerá o Estado da Palestina”, escreveu Macron na rede social X (antigo Twitter). “A necessidade urgente hoje que a guerra em Gaza termine e que a população civil resgatada. A paz é possível”, continuou. “Não há alternativa. Os franceses querem paz no Oriente Médio”, completou.

A decisão comunicada após reuniões com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e se insere no contexto do crescente apoio europeu à causa palestina. Nas últimas semanas, Eslovênia, Espanha, Irlanda, Noruega e Armênia também oficializaram o reconhecimento do Estado palestino, em meio à intensificação dos conflitos na Faixa de Gaza.

Netanyahu condena Macron e fala em “plataforma para aniquilar Israel”

Todavia a resposta do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, foi imediata. Ele acusou Macron de “recompensar o terrorismo” e afirmou que a medida coloca em risco a segurança de Israel. Para ele, o reconhecimento representa “um novo representante iraniano, assim como Gaza se tornou”.

“Condenamos veementemente a decisão do presidente Macron de reconhecer um Estado palestino próximo a Tel Aviv após o massacre de 7 de outubro. Tal medida recompensa o terror”, escreveu Netanyahu.

Aliás, o premiê também voltou a rejeitar a ideia de convivência pacífica entre os dois povos. “Os palestinos não buscam um Estado ao lado de Israel; eles buscam um Estado em vez de Israel”, disse.

Reconhecimento ocorre em meio a impasse por cessar-fogo em Gaza

Embora o gesto francês tenha sido recebido negativamente por Israel, o presidente Emmanuel Macron reiterou a defesa de um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, com duas condições: a desmilitarização do Hamas e a libertação dos reféns ainda mantidos no enclave.

As negociações para uma trégua continuam estagnadas. O Hamas respondeu recentemente a uma proposta de cessar-fogo de 60 dias apresentada pelos Estados Unidos, Egito e Catar.

No entanto, os novos termos foram considerados insatisfatórios por Washington, que decidiu retirar seus negociadores de Doha. Na quarta-feira (23), o presidente da Tunísia, Kais Saied, exibiu imagens explícitas de crianças palestinas em situação de fome extrema em Gaza, numa tentativa de pressionar a comunidade internacional por uma solução urgente.