Sua descoberta foi feita pelo professor alemão Klaus Schmidt
Göbekli Tepe é o nome dado ao topo de uma colina, localizada na Turquia, onde se encontra um impressionante sítio arqueológico, que recebeu o mesmo nome. Porém, o local intriga pesquisadores desde sua descoberta, em 1994, por dois motivos. Lá foi encontrado um templo, que depois determinou-se ser o mais antigo descoberto no mundo, e a geometria de toda a arquitetura do lugar apresenta uma complexidade impressionante, fascinando os mais apaixonados por História.
De acordo com informações, o sítio arqueológico foi construído há cerca de 11,5 mil anos, pertencendo ainda ao período neolítico — sendo o último da chamada Idade da Pedra — milênios antes até mesmo das tão importantes pirâmides do Egito.
Sua descoberta foi feita pelo professor alemão Klaus Schmidt, que acreditava inclusive que a construção de todo o templo foi gradual. Tendo sido erguido em partes, ao longo do tempo, por diferentes populações.
Complexidade geométrica arquitetônica
Porém, a construção possui uma complexidade muito incomum, ao se considerar o quão antiga. Apesar de ter sido construído por humanos de um período muito anterior, historicamente, dos mais antigos estudos de arquitetura conhecidos. Ela é formada por grandes blocos de pedra, organizados em círculos e pontuados por grandes pilares de cerca de 5,5 metros. Além disso, é adornada com esculturas e gravuras de animais selvagens.
Isso já brilhava muito aos olhos dos arqueólogos que ali faziam pesquisas. Pois era impressionante tudo que foi ali construído mesmo se tratando de um grupo — ou grupos — tão antigo. Porém, o cientista Gil Haklay, da Autoridade de Antiguidades de Israel, aponta que todos os monumentos ali eram para formar mesmo uma só estrutura. Ou seja, havia, de fato, um planejamento. Essa é a mesma opinião do professor Avi Gopher, do Departamento de Arqueologia e Civilizações Antigas do Oriente Próximo da Universidade de Tel Aviv.
Os pesquisadores perceberam que todas as construções ali existentes formavam, curiosamente, um triângulo equilátero quase perfeito. Dessa forma, realiza um algoritmo capaz de identificar e investigar padrões em desenhos arquitetônicos. Ou seja, possivelmente havia um padrão geométrico proposital no projeto. E o mesmo determinava a posição e organização de cada megalito ali colocado. Confira aqui o trabalho na íntegra publicado na Cambridge Archaeological Journal.
Göbekli Tepe é uma maravilha arqueológica […] sua complexidade arquitetônica é bastante incomum [para a época]”, conta o professor Gopher em comunicado. “A pesquisa abre portas para novas interpretações sobre esse sítio arqueológico.”
Sociedade da época
Até o antigo templo ter sido descoberto, acreditava-se que as sociedades do neolítico não possuíam domínio sobre a geometria, bem como, sobre outras técnicas de arquitetura para planejamento dos espaços.
Isso porque tais capacidades teriam surgido somente um pouco posteriormente. Com o início da fixação dos antigos caçadores-coletores, que passariam a se tornar agricultores-produtores, aproximadamente mil anos depois. Por isso a descoberta é fascinante!
“Esse caso de planejamento arquitetônico surgiu mais cedo que se antecipava e pode servir como exemplo de mudanças culturais. Pois as mesmas ocorreram durante as primeiras fases do período neolítico”, analisa Gil Haklay. “Nossa pesquisa indica que os métodos e padrões de organização do espaço já vinham sendo utilizados desde esse período”.