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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes abriu um inquérito contra seu ex-assessor, Eduardo Tagliaferro - Foto: Carlos Moura/SCO/STF

Ex-assessor de Moraes depõe à PF em São Paulo

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes abriu um inquérito contra Eduardo Tagliaferro

A investigação foi aberta após a Folha de S. Paulo revelar trocas de mensagens no WhatsApp entre ex-assessor Tagliaferro e o juiz instrutor Airton Vieira, assessor mais próximo de Moraes no STF, que indicam suposto uso extraoficial da Corte eleitoral por parte de Moraes para produção de relatórios.

Esses relatórios utilizados para subsidiar o inquérito das fake news, tem a relatoria do ministro no STF, em casos relacionados ou não às eleições presidenciais. Em 2022, o magistrado era o presidente do TSE.

O inquérito, aberto nesta segunda-feira (19), tramita em sigilo na Corte.

Integrantes do gabinete do ministro suspeitam que as mensagens teriam vazadas por Tagliaferro.

PF intima ex-assessor de Moraes e familiares

Em maio de 2023, Tagliaferro foi exonerado do cargo após prisão em flagrante por violência doméstica no interior de São Paulo. O TSE informou sobre sua exoneração logo após a notícia se espalhar na imprensa, oficializando o ato no Diário Oficial no mesmo dia.

Após a prisão, Tagliaferro entregou o celular à Polícia Civil de São Paulo por meio de seu cunhado. Com a abertura do inquérito, a Polícia Federal intimou, nesta quarta-feira (21), não só Tagliaferro, mas também sua mulher.

Os depoimentos devem ocorrer na Superintendência da PF em São Paulo, nesta quinta (22), às 14h. O caso tem a condução da Diretoria de Inteligência Policial (DIP) da PF, em Brasília.

Defesa de Tagliaferro pede adiamento do interrogatório

Nesta quarta (21), a defesa do ex-chefe da AEED disse surpresa com a abertura do inquérito. Portanto solicitou ao STF o adiamento da oitiva até ter acesso à íntegra dos autos.

Dessa forma, os advogados reforçaram na petição que Tagliaferro está à disposição para contribuir com as investigações.

Pedidos informais à Justiça Eleitoral

Trocas de mensagens entre servidores do STF e do TSE, obtidas pela Folha de S. Paulo, mostraram que o gabinete de Alexandre de Moraes teria ordenado informalmente à Justiça Eleitoral a produção de relatórios contra apoiadores de Bolsonaro. Bem como a comentaristas de direita para embasar decisões do ministro em inquéritos em andamento na Corte.

A troca de mensagens sugere que houve supostamente adulteração de documentos, prática de pesca probatória, abuso de autoridade e possíveis fraudes de provas. Os alvos escolhidos sofreram bloqueios de redes sociais, apreensão de passaportes, intimações para depoimento à PF, entre outras medidas. Todos os pedidos para investigação e produção de relatórios feitos via WhatsApp, sem registros formais.

As conversas vazadas envolveram Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete de Moraes no STF, Marco Antônio Vargas, juiz auxiliar de Moraes durante sua presidência no TSE, e Eduardo Tagliaferro, então chefe da AEED (Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação), órgão que subordinado a Moraes na corte eleitoral.