O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) se reuniu para discutir a possível volta do horário de verão no Brasil. A medida está sendo considerada em meio à pior seca dos últimos 94 anos no país. Desse modo, enfrenta a possibilidade de maiores picos de consumo de energia nos próximos meses.

Mayra Guimarães, diretora de regulação e estudos de mercado da Thymos Energia,  explicou os potenciais benefícios do horário de verão para o setor energético.

Segundo a especialista, a medida privilegiaria o uso de fontes renováveis durante os picos de consumo, especialmente a energia solar.

Novos padrões de consumo

Guimarães destacou que o consumo de energia no Brasil durante o verão apresenta dois picos principais. Um no período da tarde, entre 13h e 17h, devido ao uso intensivo de ar-condicionado, e outro noturno, das 20h às 22h.

A especialista ressaltou a evolução significativa da capacidade solar instalada no país.

Mudança de paradigma

Guimarães também apontou uma mudança na lógica de aplicação do horário de verão. “Antigamente, a principal motivação de se ter horário de verão era ter mais luz e as pessoas não ligarem a lâmpada de casa. Hoje, a aplicação do horário seria com outro intuito. Ou seja, seria para a gente conseguir fazer melhor proveito das fontes renováveis nesses novos períodos de consumo alto”, explicou.

Essa nova abordagem, portanto, visa otimizar o uso de energia solar durante os períodos de maior demanda, tanto à tarde, devido ao uso de refrigeração, quanto à noite, quando as residências aumentam seu consumo.

“A motivação da aplicação do horário de verão agora não é a mesma da anterior, mas vai ser tão positivo e benéfico como era antigamente”, concluiu a especialista.

Fonte: cnn