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Diferente do que pensavam, as bactérias não surgiram na ilha a partir do oceano ou de excrementos de pássaros, mas sim do subsolo.

Ilha surge do nada no meio do Oceano em formato diferente

Em 2015, a erupção de um vulcão subaquático formou uma ilha na região sul do Oceano Pacifico. O surgimento possibilitou uma oportunidade pouco antes vista para geólogos, vulcanólogos e também biólogos e ecologistas.

A ilha recebeu o nome de Hunga Tonga, e é a terceira vez em 150 anos que uma massa de terra se formou da mesma forma e durou mais de um ano. Aliás, essa é a primeira vez que isso acontece no trópicos.

O surgimento de ilhas assim, permite que pesquisadores entendam como os ecossistemas se formam, desde as bactérias até o aparecimento de animais e plantas. Mesmo que outra forte erupção no início de 2022 tenha destruído essa região insular, os cientistas conseguiram coletar dados impressionantes.

Em um estudo recentemente publicado na mBio, revelou uma forma de vida inesperada que habitou a ilha ao longo dos setes anos. As amostras da ilha coletadas pelos pesquisadores mostraram a presença de bactérias capazes de metabolizar enxofre e gases atmosféricos.

A descoberta foi inesperada, porque ao invés de cianobactérias, encontram microrganismos com os mesmos hábitos dos que vivem em fontes termais e hidrotermais de profundidade.

O surgimento das bactérias na ilha

Os pesquisadores coletaram cerca de 32 amostras de solo, que vão de pontos desde o nível do mar até o topo do vulcão a 120 metros de altura. A partir das coletas, os cientistas extraíram e sequenciaram todo DNA encontrado nelas.

Em todas as amostras coletadas próximas ao vulcão, encontraram bactérias e archaea. Ainda que, mesmo que em menor diversidade e muito mais diferentes do que as áreas de vegetação, que dominaram rapidamente a ilha.

Diferente do que os pesquisadores pensavam, as bactérias não surgiram na ilha a partir do oceano ou de excrementos de pássaros, mas sim do subsolo. Eles suspeitam que elas vieram de fontes termais associadas a erupções vulcânicas.

Geralmente, pesquisas feitas em ilhas recém-formadas, os pesquisadores focam em estudar o aparecimento de pássaros e plantas nesses locais. No entanto, a pesquisa liderada pelo ecologista microbiano Nick Dragone, preferiu por compreender os microrganismos em em um estágio tão inicial.

O estudo das bactérias da ilha possibilitou que os pesquisadores entendessem o que acontece quando as ilhas se formam. Mas, devido ao desaparecimento da ilha, outros estudos acerca destes microrganismos só poderão ser feitos através de dados já coletados pela equipe de Dragone.