Após Teerã indicar o fim da polícia da moralidade, autoridades do país lançaram uma nova campanha para fiscalizar o hijab,o véu islâmico ainda obrigatório para iranianas
Mais de cem dias após a morte da jovem iraniana Mahsa Amini, presa pela polícia de costumes do Irã por uso incorreto do véu islâmico, as autoridades iranianas lançam uma nova campanha para fiscalizar o uso do hijab, ainda obrigatório no país.
Desde o final de setembro, centenas de pessoas foram mortas durante os protestos que eclodiram no país, e milhares foram presas.
Segundo a polícia, citada pela agência de notícias iraniana Fars, esta nova campanha chama-se “Nazer-1”, que significa “vigilância” em persa. Se uma mulher dirigindo ou uma passageira de um veículo não usar o véu, o proprietário recebe uma mensagem pedindo que o hijab seja respeitado e que a desobediência não seja repetida.
Mensagens por telefone
O procurador-geral do Irã anunciou o fim da polícia da moralidade, contudo, a polícia se contenta em enviar uma simples mensagem de texto (SMS) sem medidas punitivas ou multas. Porém, vários parlamentares disseram nas últimas semanas que multas podem ser impostas aos infratores. Mas antigamente, o carro dos infratores ficava imobilizado por algumas semanas.
Portanto, após as manifestações que se seguiram à morte de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos, as autoridades do país anunciaram. Ou seja, o fim da polícia da moralidade que prendia mulheres e meninas vestidas de forma imprópria na rua.
Nas últimas semanas, contudo, vê-se cada vez mais meninas ou mulheres sem véu nas ruas, sem a intervenção da polícia. Vários clérigos conservadores pediram uma ação policial mais firme para impor o uso do acessório. Mas, pelo menos 448 pessoas foram mortas nos protestos no Irã, segundo um balanço da Iran Human Rights (IHR), uma ONG com sede em Oslo.
O aiatolá Ali Khamenei, autoridade máxima da República Islâmica, de 83 anos, acusa os EUA e seus aliados, como Israel, de fomentar “distúrbios” no país.