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É inevitável falar que o que mais chama a atenção em Jung E é a qualidade impressionante dos efeitos visuais

JUNG E surpreende por incríveis efeitos visuais

Rebeldes fundaram o país de Adrian

Chegou este ano, na plataforma da Netflix, o mais novo lançamento desse ótimo realizador: a ficção científica apocalíptica JUNG E.

Em um futuro pós-apocalíptico, no ano de 2135, o planeta Terra sucumbiu à destruição dos seres humanos. O que sobrou da humanidade tenta encontrar saídas para sobreviver em outros planetas e em outras condições. E uma guerra se formou entre os seres humanos e os robôs. Confeccionados, contudo, no período de transição, rebeldes fundaram o que autodenominam como país de Adrian.

Nessa guerra, foi de fundamental importância a desenvoltura da capitã Yung (Kim Hyun-joo), herói do povo. Porém, com sua morte em um momento crucial, cientistas conseguiram recuperar o cérebro da capitã. E passaram assim, a desenvolver uma pesquisa para transferir a inteligência da capitã em uma nova versão robótica dela. Capaz de superar seu próprio desafio e acabar com a guerra.

Anos se passaram e pouco se avançou na pesquisa. Hoje chefiada pela cientista Seohyun (Kang Soo-youn, primeira sul-coreana a ser premiada em um festival europeu e que faleceu antes do lançamento desse filme), filha da capitã. Porém, quando os CEOs da empresa financiadora decidem descontinuar o projeto, um senso de urgência se apodera de Seohyun para salvar muito além do que sua pesquisa.

O que mais chama a atenção em JUNG E são os efeitos visuais

É inevitável falar que o que mais chama a atenção em JUNG E é a qualidade impressionante dos efeitos visuais. Tudo é feito com tamanha técnica e perfeição, que nos faz imaginar quanto dinheiro foi gasto para confeccionar esse mundo pós-apocalíptico (e também nos faz pensar que esse seria um filme bom para ver na tela grande). Entretanto, se por um lado sobra efeito especial, por outro falta o principal: história.

Escrito e dirigido pelo próprio Sang-ho Yeon, o roteiro de JUNG E passa a sensação de possuir apenas dois arcos dramáticos: o primeiro, com quase uma hora de duração, contextualiza a trama e fica num lenga-lenga sem fim da tal pesquisadora fazendo inúmeras simulações com o robô e falhando sempre no mesmo ponto, como se estivéssemos acompanhando o dia a dia dos personagens; o segundo arco, que acaba sendo super acelerado, traz a explicação da coisa toda, o desenvolvimento e a conclusão, tudo espremido num espaço de menos de quarenta minutos.

Muito bonito e impressionante, JUNG E falha na sua desenvoltura, trazendo muita maquiagem e pouco conteúdo. O clima de ficção científica e ação ambientam bem o espectador dentro de uma história a la videogame. Entretanto, é como se, ao jogarmos, ficássemos rodando em círculos voltando sempre ao início da partida sem conseguir avançar de fase.