A campanha alerta para a importância do diagnóstico precoce e tratamento correto das doenças inflamatórias intestinais que afetam mais de cinco milhões de pessoas no mundo
As doenças inflamatórias intestinais afetam mais de cinco milhões de pessoas no mundo, e 100 a cada 100 mil brasileiros sofrem com uma dessas condições de saúde, de acordo com a SBCP (Sociedade Brasileira de Coloproctologia). Para promover conscientização sobre o assunto, foi criada a campanha Maio Roxo com o objetivo de alertar para a importância do diagnóstico precoce e do tratamento correto para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes.
Quais são os sintomas das doenças inflamatórias intestinais?
Apesar de serem doenças distintas, a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa têm sintomas em comum, conforme explica Maira Marzinotto, gastroenterologista do Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Em decorrência desse quadro, é comum haver a perda de peso. “É uma doença que consome muita energia do paciente, então ele acaba tendo um grau de emagrecimento”, diz a especialista. Em casos mais graves, as DIIs podem causar complicações mais sérias, como fístulas [uma ligação anormal entre ânus e reto], abcessos e estreitamento do canal retal.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico das doenças inflamatórias intestinais ocorre a partir da avaliação dos sintomas e da história clínica. Além disso, diversos exames podem ajudar a identificar a doença que está causando a inflamação, como exames de imagem (ultrassom do abdômen e tomografia computadorizada), colonoscopia, testes laboratoriais de sangue e biópsias.
“O diagnóstico das doenças inflamatórias intestinais é um quebra-cabeça, raramente um único exame vai diagnosticar o quadro”, completa Marzinotto. “A colonoscopia é uma peça-chave que, quando alterada, acaba ajudando a fechar o diagnóstico. Mas muitos outros exames podem ser necessários, como exames fecais, para ver se tem inflamação no tubo digestivo, endoscopia, para analisar se há acometimento do estômago e do esôfago, o que é mais raro”, completa.
As doenças inflamatórias intestinais não têm cura, mas têm tratamento
De acordo com os especialistas, as doenças inflamatórias intestinais não têm cura, mas o tratamento pode controlar os sintomas. “O tratamento pode incluir medicamentos para reduzir a inflamação, suplementos nutricionais e, em casos mais graves, a cirurgia”, elenca Berenhauser Leite.
No entanto, a retirada do intestino grosso por procedimento tem indicação nos casos em que o tratamento medicamentoso não apresenta respostas. “Somente em casos raros é preciso submeter o paciente à retirada do intestino”, reforça Marzinotto.
Além disso, os especialistas afirmam que é difícil ter uma remissão absoluta das doenças. “Os pacientes podem experimentar períodos de remissão, nos quais os sintomas diminuem ou desaparecem completamente. Portanto, seguidos por períodos de recaída, nos quais os sintomas pioram e requerem tratamento intensivo”, afirma Berenhauser Leite.
Doenças inflamatórias intestinais podem evoluir para câncer
Seguir o tratamento correto é fundamental para evitar complicações de saúde. As mais comuns são as já citadas, como fístulas, abcessos e estreitamento. No entanto, casos em que o intestino grosso é o mais afetado pela inflamação podem aumentar o risco de desenvolvimento de câncer de intestino.