O médico brasileiro é professor associado de medicina e cirurgia na Harvard Medical School que desenvolve há cinco anos pesquisa para transplante de rim de porco
O médico brasileiro Leonardo Riella, comandou um feito inédito na história da medicina, realizando o primeiro transplante de rim de um porco, geneticamente modificado, para um paciente humano vivo. A cirurgia, portanto, ocorreu no Massachussets General Hospital, nos Estados Unidos, onde Riella atua. O anúncio aconteceu nesta quinta-feira (21).
É o primeiro transplante desse tipo realizado em um paciente vivo. Em 2021, uma equipe de Nova York havia realizado um procedimento semelhante como parte de uma pesquisa, em uma pessoa que havia tido morte cerebral.
Segundo a equipe médica, a cirurgia é considerada um marco e representa um avanço para as pessoas que aguardam por um transplante de rim.
Quem é o médico brasileiro?
Leonardo Riella é professor de medicina e cirurgia na Harvard Medical School. Sua pesquisa para o xenotransplante, que é a implantação do órgão do animal em humanos, vinha sendo desenvolvida havia cinco anos pelo hospital em parceria com a empresa eGenesis.
A pesquisa estudou os mecanismos de regulação imunológica e o desenvolvimento de novas terapias para promover a tolerância de órgãos transplantados. Dessa maneira, testaram diversas versões de modificações genéticas até encontrarem a que poderia implantar em humanos.
Com a resposta positiva, a equipe acionou o FDA, órgão de regulação norte-americano, que então, aprovou a realização do procedimento.
Durante o anúncio à imprensa, o médico brasileiro destacou a importância do feito a partir do rim de um porco geneticamente editado. “Estou firmemente convencido de que o xenotransplante representa uma solução promissora para a crise de escassez de órgãos”, afirmou.
Paciente escolhido tinha doença renal em estágio avançado
Richard “Rick” Slayman, de 62 anos, recebeu o primeiro transplante de rim de porco em um paciente vivo. Ele sofre de doença renal em estágio avançado, diabetes tipo 2 e hipertensão, dependendo de diálise desde 2018. Ou seja, quando um transplante de rim de outra pessoa falhou após cinco anos.
Em um comunicado divulgado pelo hospital, Rick disse que aceitou ser voluntário, vendo a cirurgia como uma oportunidade de ajudar outros pacientes.
Após uma cirurgia bem-sucedida de três horas, os médicos consideram o resultado promissor. Aliás, Rick está se recuperando sem complicações em Boston.