Prouni terá mudanças de classificação com a aprovação de Medida Provisória, que ainda precisa passar pelo Senado
A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (12) Medida Provisória (MP) que muda as regras do Programa Universidade para Todos (Prouni). O texto permite a oferta de bolsas pelas faculdades privadas a alunos vindos de escolas particulares sem bolsa. A matéria segue para o Senado.
Ao ser editada, em dezembro do ano passado, o governo federal justificou que a medida busca ampliar o acesso ao ensino superior a estudantes egressos do ensino médio privado que fizeram o curso com bolsas parciais. Na seleção, ao mesmo tempo está incluída a possibilidade de dispensa de apresentação do documento que comprove renda familiar. Assim como a situação de pessoas com deficiência, quando as informações estiverem disponíveis em bancos de dados de órgãos do governo.
Além disso, houve alteração na reserva de cotas destinadas a negros, povos indígenas e pessoas com deficiência. Ou seja, com a medida, o percentual de pretos, pardos ou indígenas e pessoas com deficiência será considerado de forma isolada; e assim não mais em conjunto.
Penalidades
A MP prevê a inclusão de penalidade de suspensão imposta para quem descumpre as obrigações assumidas no termo de adesão e a readmissão da mantenedora da universidade punida com a desvinculação. Criado em 2005, o programa prevê a oferta de bolsas de estudos para estudantes de graduação em faculdades privadas em troca da isenção de tributos (IRPJ, CSLL e PIS/Cofins).
De acordo com o relator, deputado Átila Lira (PP-PI); a medida modifica então a sistemática de comprovação de quitação de tributos do fim do ano-calendário para periodicidade semestral a ser determinada pelo Ministério da Educação (MEC).
O relator explicou ainda que a MP foi editada após verificada a necessidade de cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação (PNE). “A esta motivação, acrescenta-se a necessidade de dar resposta a desafios que o Prouni tem enfrentado em função das repercussões oriundas da pandemia de covid-19. Notadamente o então crescimento de vagas ociosas nos processos seletivos mais recentes”, justificou.
Classificação
A mudança valerá a partir de julho de 2022. Assim estabelece uma ordem de classificação para a distribuição das bolsas, mantendo a prioridade para os egressos do ensino público:
» Pessoa com deficiência quando a reserva de vagas por cota for inferior a uma bolsa em curso, turno, local de oferta e instituição; |
» Professor da rede pública de ensino para cursos de licenciatura, normal superior e pedagogia independentemente da renda; |
» Estudante que tenha cursado o ensino médio completo em escola da rede pública; |
» Estudante que tenha cursado parte do ensino médio na rede pública e parte na rede privada com bolsa integral da instituição; |
» Estudantes que tenham cursado parte do ensino médio na rede pública e parte na rede privada com bolsa parcial da instituição ou sem bolsa; |
» Estudante que tenha cursado o ensino médio completo na rede privada com bolsa integral da instituição; |
» Estudantes que tenham cursado o ensino médio completo na rede privada com bolsa parcial da instituição ou sem bolsa. |
Cotistas
O texto da MP estabelece que a quantidade total de bolsas para cotistas será calculada seguindo a proporção de pessoas em que se autodeclararam pertencentes a qualquer um desses grupos, assim segundo o último censo do IBGE. Com as novas regras, o cálculo da cota seguirá o então percentual de cada subgrupo.
O relator incluiu a princípio um novo subgrupo para os estudantes vindos de serviços de acolhimento familiar e institucional. É necessário, portanto, que o candidato conste na base de dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Contudo, o percentual é de regulamentação do Poder Executivo.
Caso as vagas não se ocupem por esses estudantes conforme o processo seletivo, deverão ficar com os demais estudantes que preenchem os requisitos; e sobretudo por candidatos aos cursos de licenciatura, pedagogia e normal superior, independentemente da renda para os professores da rede pública.
Fonte: Agência Brasil