Pesquisa descobre como a memória funciona ao ver um rosto familiar
Como funciona a memória quando o cérebro vê um rosto familiar? Os pesquisadores do Hospital Cedars-Sinai, em Los Angeles, nos Estados Unidos, descobriram a resposta. O estudo foi recém-publicado na revista científica Science Advances e analisou como a área do cérebro; uma que é responsável pela memória age quando olhamos para um rosto.
“Você poderia facilmente argumentar que os rostos são um dos objetos mais importantes para os quais olhamos. Tomamos muitas decisões significativas com base em olhar para rostos, incluindo se confiamos em alguém, se a outra pessoa está feliz ou com raiva ou se já vimos essa pessoa antes”, disse o diretor do Centro de Ciência e Medicina Neural do Cedars-Sinai, e autor principal do estudo, Ueli Rutishauser.
Os pesquisadores trabalharam com 13 pacientes que sofriam de epilepsia e tinham implantes de eletrodos no cérebro para ajudar a identificar o foco das convulsões. Então houve registro das atividades das ondas Theta no cérebro, ou seja, ondas elétricas criadas no hipocampo e ativas no processamento de informações e na formação de memórias.
O estudo foi realizado com coleta dos dados durante um período em que diversas imagens eram exibidas para os participantes contendo rostos humanos e outros objetos, flores, carros e formas geométricas, por exemplo. Depois, os pesquisadores mostraram um novo conjunto de imagens, apenas de rostos humanos, com alguns repetidos do experimento anterior.
Com isso, eles observaram que cada vez que os olhos dos participantes olhavam para um rosto humano, certas células da amígdala disparavam, o que não acontecia quando as imagens eram de objetos. Quando essas “células faciais” ficam liberadas, o padrão das ondas Theta no hipocampo se reinicia ou se redefine.
Amígdala
A amígdala é uma área do cérebro relacionada com o sistema emocional; assim, nesse estudo, os pesquisadores descobriram que ao ver um rosto, certas células da amígdala reagem e desencadeiam a atividade de criação de memória.
Além disso, os cientistas perceberam que, quando as células disparavam de forma rápida, significava uma maior chance de o participante reconhecer o rosto da pessoa. Assim como, quando essas células acionavam-se de maneira lenta, o provável é que o rosto acabasse esquecido.