Comissão Federal de Comércio sustenta que a compra do Instagram em 2012 e do WhatsApp em 2014 teve como objetivo eliminar concorrentes e formar monopólio
A Meta, gigante da tecnologia que controla o Facebook, Instagram e WhatsApp, começou a ser julgadada em um dos processos mais relevantes contra grandes empresas do setor nos últimos anos.
O julgamento, portanto, deve durar entre sete e oito semanas e pode redefinir o futuro do império digital comandado por Mark Zuckerberg. O executivo depôs por cerca de três horas, falando sobre os primeiros anos do Facebook, a concorrência com o MySpace e a evolução da plataforma. Assim, afirmou que os aplicativos da Meta hoje vão além de redes sociais pessoais. Ou seja, atuam também como espaços de descoberta e entretenimento, uma tentativa de contestar a definição restrita usada pela acusação.
A Comissão Federal de Comércio sustenta todavia que a compra do Instagram em 2012 e do WhatsApp em 2014 teve como objetivo eliminar concorrentes e consolidar um monopólio no setor.
Um e-mail interno, em que Zuckerberg escreve que a aquisição do Instagram servia para “neutralizar um concorrente”, deve apresentado como prova.
Para a Comissão, a única forma de restaurar a concorrência é forçar a Meta a desfazer as aquisições. Dessa maneira, permite que empresas menores disputem a atenção dos usuários e os investimentos publicitários. Enquanto que a Meta se defende dizendo que está sendo punida por seu sucesso.
Seus advogados argumentam que as aquisições passaram por aprovação dos reguladores na época e que o mercado hoje é altamente competitivo. Ou seja, rivais como TikTok, Snapchat e X (ex-Twitter). A empresa também afirma que os usuários terão benefícios com a integração dos serviços. Enquanto o governo alega o oposto: que a qualidade caiu justamente devido ao domínio de mercado.
O julgamento também terá depoimentos de outras figuras-chave da Meta, como a ex-diretora de operações Sheryl Sandberg e o diretor do Instagram, Adam Mosseri.
Trump e Zuckerberg: embate e reaproximação.
Até o momento, tudo indica que o julgamento seguirá em curso
A ação ocorreu ainda durante o governo Trump, em dezembro de 2020, em meio a uma disputa pública entre o ex-presidente e Zuckerberg.
Nos últimos anos, porém, os dois ensaiaram uma reaproximação. Zuckerberg doou US$ 1 milhão para o comitê de posse de Trump, pagou US$ 25 milhões para encerrar um processo movido pelo ex-presidente. E segundo relatos, visitou o clube Mar-a-Lago para tentar convencer Trump a abandonar o caso.
Há especulações sobre um possível acordo entre Trump e a Meta. Mas, até o momento, tudo indica que o julgamento seguirá em curso.