O mundo virtual pode ser prejudicial para a nossa saúde mental se não houver cuidados
Estamos imersos na tecnologia, seja a trabalho, seja no lazer. No mundo virtual, somos bombardeados diariamente por notícias, fotos e vídeos que, algumas vezes, podem nos tirar a paz, afetar a saúde mental e trazer à tona inúmeros sentimentos e emoções indesejados, e ser até mesmo um gatilho de patologias, como depressão e ansiedade.
Aquilo que é postado nem sempre reflete a realidade, desde mensagens e notícias, até mesmo fotos e vídeos retocados por filtros e programas de imagem; que podem levar a pessoa a crer que o padrão de corpo que o mundo aceita é só aquele apresentado pela maioria; alerta o psiquiatra Glauber Higa Kaio, vice-presidente da Associação Paranaense de Psiquiatria.
Para evitar tais incômodos, é importante buscar equilíbrio, a fim de preservar a saúde mental, importante cada vez mais no nosso dia a dia.
Sinais de alerta
Quando a rede social vira uma obsessão e é mais importante que várias outras atividades do cotidiano, é hora de ligar um sinal de alerta de que a saúde mental do indivíduo está sendo prejudicada pela imersão no mundo online.
“Às vezes, a pessoa pode até admitir que faz uso exagerado das redes sociais; mas não consegue diminuir o tempo de uso, inclusive apresentando prejuízo no sono ou em outras atividades; como acadêmicas, trabalho, relações sociais”, alerta Higa Kaio.
Ainda se discute o conceito de dependência virtual, eletrônica, digital. Mas Higa Kaio conta que, por meio de estudos que fazem uma associação entre o uso das redes sociais e prevalência de transtornos mentais, há indicativos de que o uso das redes pode ser um gatilho para o desenvolvimento de transtornos mentais.
Além disso, algumas pessoas são mais suscetíveis e vulneráveis do que outras e acabam exacerbando sintomas como tristeza, ansiedade, com piora na autoestima quando estão expostas às redes sociais.
Protegendo-se
A princípio, os cuidados para proteger a saúde mental no mundo virtual não se diferem muito dos cuidados que cada um deve ter na vida real. Especialistas orientam que cada um busque um equilíbrio, estando atento para suas emoções; inclusive para saúde de forma geral, já que o adoecimento físico não é desconectado do adoecimento emocional e psíquico.
Além disso, Higa Kaio indica que, para evitar o desgaste mental, cada um busque uma rotina de exercícios físicos; visto que tal prática diminui sintomas de ansiedade e depressão.
Somados a isso, devem se adotar a alimentação saudável; uma rotina de sono com horários fixos para dormir e acordar e a interação social de forma presencial; já que estamos tendo uma melhora gradual da pandemia.