Útero artificial: Entenda o que cientistas estão fazendo para evitar a morte de bebês extremamente prematuros
De acordo com um relatório da OMS em parceria com o Unicef, cerca de 152 milhões de bebês nasceram prematuros na última década e a cada 40 segundos, um desses bebês morre assim, movimentam a comunidade cientifica para soluções como o útero artificial.
Com o objetivo de salvar os frágeis bebês prematuros e não substituir por completo o órgão humano feminino, pesquisadores fazem testes em animais e avançam nos testes. Entenda agora em que situações tais dispositivos de ambiente extra-uterino são mais necessárias e como funcionam.
O útero artificial consiste em dispositivos desenvolvidos para ajudar no desenvolvimento de bebês extremamente prematuros. O objetivo é evitar que esses bebês sejam sujeitos a tratamentos invasivos. Muitas vezes, são a única alternativa para os prematuros a partir de 24 semanas.
Dessa forma, o útero artificial seria um meio pelo qual esse bebê prematuro continuaria a se desenvolver. Sem sofrer com tratamentos intensivos que, em muitos casos, trazem danos a longo prazo.
Por enquanto, os testes com úteros artificiais estão sendo realizados apenas com animais. No entanto, cientistas do Hospital Infantil de Filadélfia (CHOP), na Pensilvânia. E já fizeram uma solicitação para a Federal Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, permissão para iniciar testes em humanos com o Extend.
Como funciona gestação tecnológica?
Antes de mais nada, é preciso saber que o útero artificial não funciona basicamente como em uma gestação. Pois é apenas um dispositivo para manter o bebê em desenvolvimento após o seu nascimento prematuro.
Para entender, entre os problemas que um bebê prematuro (entre 22 e 23 semanas) pode apresentar, estão: paralisia cerebral, dificuldades de aprendizagem moderadas a graves, problemas de visão e de audição e asma.
Além disso, a tecnologia usada hoje para dar suporte de oxigênio e ventilação pode prejudicar pulmões desses prematuros, causando sequelas para o resto de suas vidas. Sendo esse, um dos maiores problemas entre os bebês muito prematuros.
No caso dos cientistas do Hospital Infantil de Filadélfia (CHOP), o útero artificial funciona como uma cápsula contendo líquido que imita o líquido amniótico. Na teoria, o bebê prematuro submerso nessa cápsula e os vasos sanguíneos do seu cordão umbilical seriam conectados a um dispositivo semelhante ao Ecmo. Com isso, o sangue é bombeado pelo sistema usando o coração do feto, assim como no processo natural.
Em 2017, os pesquisadores do CHOP, liderados pelo cirurgião fetal Alan Flake, fizeram o teste com oito cordeiros prematuros com idade gestacional equivalente a fetos humanos de 23 a 24 semanas. Os cientistas tiveram êxito em manter tais cordeiros vivos por quatro semanas dentro do útero artificial. De forma que os oito animais se desenvolveram normalmente, apresentando também crescimento em suas lãs.