Lula, Jair Bolsonaro, Ciro Gomes, Simone Tebet, Soraya Thronicke, Felipe d’Avila e Padre Kelmon têm hoje o último debate presidencial antes do primeiro turno
Na noite de hoje , quinta-feira (29), a Rede Globo reúne os principais candidatos presidencial do Brasil para o último debate antes do primeiro turno. Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil), Luiz Felipe D’Avila (Novo) e Padre Kelmon (PTB) participam do evento.
O debate ocorre nos Estúdios Globo no Rio de Janeiro e será transmitido ao vivo pela TV Globo, GloboNews e o site g1, começando às 22h30.
Ao todo, serão quatro blocos – o primeiro e o terceiro contarão com perguntas de tema livre, enquanto o segundo e o quarto terão perguntas com assuntos preestabelecidos. Ao final do quarto bloco, os candidatos farão suas considerações finais.
Em geral, a expectativa é que Lula adote tom moderado, no esforço de atrair indecisos e eleitores de voto “não cristalizado”, com foco no “voto útil” para liquidar a disputa no primeiro turno. De qualquer forma, ele não deve deixar de responder de maneira contundente eventuais críticas sobre a corrupção nos governo do PT. Aliás, foi este o principal problema identificado por sua equipe de campanha durante o primeiro debate do qual participou, na Band TV. Ou seja, falta de assertividade na contraposição com o atual mandatário, especialmente no que diz respeito a escândalos de corrupção.
Já Bolsonaro deve partir para o ataque, numa ofensiva contra o ex-presidente justamente sobre as denúncias que levaram o petista à cadeia.
De acordo com as pesquisas, o petista lidera com 52% dos votos válidos ante 35% do atual presidente.
‘Paz e amor’
Para Humberto Dantas, doutor em Ciência Política pela USP e pesquisador da FAPEG, a liderança nas pesquisas e a possibilidade de vitória já no primeiro turno farão com que Lula adote uma lógica “paz e amor” no debate, buscando atrair o eleitor mediano que vota em Ciro Gomes e Simone Tebet, mas que está aberto a mudar de ideia.
Não é de se esperar que o petista siga a mesma passividade que apresentou no primeiro debate eleitoral, exibido pela TV Bandeirantes em 28 de agosto. “Lula irá com um sorriso no rosto, mas será incisivo quando provocado. Se Bolsonaro chamá-lo de ‘presidiário’, o ex-presidente vai devolver a pancada e falar sobre a corrupção no atual governo”, diz Dantas.
Para o professor, Bolsonaro “necessita” da raiva das pessoas contra o petismo para se eleger. “É o campo de possibilidades que ele tem”, diz.
Apesar de o grande destaque da noite ser o embate entre os dois principais candidatos, os presidenciáveis com menor intenção de voto também buscarão afetar a disputa, se projetando como vozes independentes do próximo governo, seja ele qual for. “Ciro Gomes e Simone Tebet devem buscar uma votação honrosa, se colocando como uma alternativa política viável para o pós-eleição”, diz Peres da Silva.
Além dos prováveis ataques que sofrerá do pedetista, Lula também deve ficar atento às falas de Padre Kelmon. É bem provável que ele faça o mesmo na Globo.
Mulheres e o debate presidencial
Bolsonaro tem sido bastante atacado nos debates por Soraya Thronicke e Simone Tebet. “Elas devem eleger o presidente como alvo principal. E, caso ele caia na armadilha de agredi-las verbalmente, isso dificultará ainda mais sua relação com o eleitorado feminino”.
Apesar da importância do evento, o cientista político Humberto Dantas não acredita que o debate vá provocar muitas mudanças na votação de domingo.