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Cessar-fogo imediato vai salvar vidas, evitar o sofrimento e proteger civis na Ucrânia”, disse António Guterres, secretário-geral da ONU

ONU faz apelo para ‘cessar-fogo humanitário imediato’ na Ucrânia

O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou nesta segunda-feira (28) por um cessar-fogo humanitário imediato na Ucrânia, para que “negociações políticas sérias” possam avançar em direção a um acordo de paz, baseado nos princípios da Carta das Nações Unidas.

“A cessação das hostilidades permitirá a entrega de ajuda humanitária essencial e permitirá que os civis se locomovam com segurança. Vai salvar vidas, evitar o sofrimento e proteger civis”, disse Guterres, falando a jornalistas do lado de fora do Conselho de Segurança em Nova Iorque.

“Espero que um cessar-fogo também ajude a lidar com as consequências globais desta guerra, que correm o risco de agravar a profunda crise de fome em muitos países em desenvolvimento que já não têm espaço fiscal para então investir em sua recuperação da pandemia e agora enfrentam custos crescentes de alimentos e energia”, acrescentou.

Ameaça nuclear

Guterres respondeu a perguntas de correspondentes após sua declaração e o questionaram sobre a possibilidade de qualquer uso de armas nucleares pela Rússia. Ou seja, sobre qualquer uso de armas bioquímicas relacionadas à guerra na Ucrânia. “Isso seria algo que, acredito, será evitado – deve ser evitado”, afirmou Guterres. Ele também informou que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) irá tomar uma série de medidas importantes nos próximos dias. Desse modo, visa garantir a segurança das instalações nucleares na Ucrânia.

O secretário-geral relatou que o chefe de Assuntos Humanitários da ONU, Martin Griffiths; vai explorar imediatamente a possibilidade de um acordo com a Rússia e a Ucrânia por um cessar-fogo humanitário. Ainda assim, acrescentou que está em “contato próximo” com outros países na esperança de envolver Rússia em negociações significativas. Isto é, incluir a Turquia, Catar, Israel, Índia, China, França e Alemanha.

ONU faz apelo para 'cessar-fogo humanitário imediato' na Ucrânia

“Desde o início da invasão russa há um mês, a guerra levou à perda sem sentido de milhares de vidas; o deslocamento de dez milhões de pessoas, principalmente mulheres e crianças; a destruição sistemática de infraestruturas essenciais; e a disparada dos preços de alimentos e energia em todo o mundo. Isso deve parar”, declarou o chefe da ONU.

Trabalho da ONU em campo

Guterres reforçou que a ONU está “fazendo tudo ao seu alcance para apoiar as pessoas cujas vidas foram arrasadas pela guerra”. No mês passado, além do apoio aos países de acolhimento de refugiados, as agências e parceiros humanitários da ONU alcançaram quase 900 mil pessoas; principalmente no leste da Ucrânia, com comida, abrigo, cobertores, remédios, água engarrafada e suprimentos de higiene.

Existem agora mais de mil funcionários da ONU na Ucrânia, trabalhando através de oito centros humanitários; são as cidades de Dnipro, Vinnytsia, Lviv, Uzhorod, Chernivitzi, Mukachevo, Luhansk e Donetsk.

Ajuda para passar

O Programa Mundial de Alimentos (WFP) e seus parceiros alcançaram 800 mil pessoas no mês passado. Agora estão aumentando para chegar a 1,2 milhão até meados do próximo mês, informou Guterres. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e seus parceiros também alcançaram mais de 500 mil pessoas nas áreas mais vulneráveis ​​com kits de emergência de saúde, trauma e cirurgia.

“Apenas hoje, um comboio de caminhões trouxe alimentos, medicamentos e outros suprimentos de emergência do WFP, OMS, ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) e UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) para Kharkiv, que serão entregues por nossos parceiros nacionais a milhares de pessoas em áreas duramente atingidas”, contou.

O secretário-geral informou ainda que agências da ONU e parceiros estão adquirindo suprimentos vitais e montando oleodutos para entrega em toda a Ucrânia nas próximas semanas.

Entretanto, o chefe da ONU deixou claro que qualquer solução para essa tragédia humanitária “não é humanitária, mas política”. Guterres fez um forte apelo às partes em conflito e à comunidade internacional em geral para “trabalhar conosco pela paz em solidariedade com o povo da Ucrânia e em todo o mundo”.

 

Fonte: ONU Brasil