Padre Cícero nasceu em 1844 e morreu em 1934, aos 90 anos
O nome de Cícero Romão Batista – mais conhecido como padre Cícero – inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, através da lei 14.693/2023, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada nesta quarta-feira (11), no Diário Oficial da União.
Considerado um santo popular, principalmente no Nordeste, antes mesmo de sua canonização pela Igreja Católica, o líder religioso ficou conhecido por um incansável trabalho de difusão da doutrina, aconselhamentos, bem como sermões que arrebatavam multidões no interior do Ceará.
Aos 12 anos de idade ele fez voto de castidade depois de ler sobre a vida de São Francisco de Sales. Ou seja, o santo francês que viveu no século dezessete.
Aos 26 anos se ordena padre depois de iniciar os estudos religiosos em Cajazeiras, na Paraíba, e cursar o seminário da Prainha, em Fortaleza. Fixou residência em Juazeiro do Norte, aos 28 anos, quando o designaram vigário logo que conquistou a simpatia do povo.
Em 1889, uma hóstia teria se transformado em sangue durante a comunhão geral na Capela de Nossa Senhora das Dores. Conduzida por ele, é considerada seu primeiro milagre. Novas ocorrências do fenômeno atraíram católicos a Juazeiro do Norte e a Igreja Católica decidiu investigar.
Após diferentes pareceres, a igreja considerou que não houve milagre e suspenderam as ordens sacerdotais de padre Cícero. Em 1898, padre Cícero apelou ao Vaticano pela revogação da pena, que se manteve.
Política
Afastado da igreja, o religioso tornou-se prefeito de Juazeiro do Norte, depois elegeu-se deputado federal e chegou a ser vice-governador do Ceará. Faleceu em 20 de julho de 1934, aos 90 anos, e as romarias a Juazeiro – em devoção ao carinhosamente chamado Padim Ciço – só aumentaram.
A Igreja Católica Apostólica Brasileira canonizou padre Cícero em 1973, baseada na devoção dos nordestinos ao líder religioso e aos milagres atribuídos então a ele por seus devotos. O processo de beatificação pela Cúria Romana só teve início em junho de 2022, quando beatificaram o santo popular.
Com a lei publicada hoje (11), padre Cícero é imortalizado em mais uma iniciativa, que o incluiu no Livro de Aço, abrigado no Panteão da Pátria, em Brasília, onde estão registrados nomes como o de Chico Xavier, Irmã Dulce e Zumbi dos Palmares. Com seu nome, são ao todo 66 Heróis e Heroínas da Pátria que tiveram o reconhecimento por terem dedicado suas vidas a um Brasil melhor.