Ministro diz que muitos jovens deixam a escola na fase do ensino médio para trabalhar
O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que o governo federal trabalha em ações para fortalecer a permanência dos jovens no ensino médio. Mas que isso ainda precisa ser mais bem planejado para garantir recursos no orçamento.
A declaração foi feita durante participação do ministro na 75ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Curitiba. Segundo Camilo Santana, pesquisas indicam que apenas 64% dos jovens que entram no ensino fundamental terminam o ensino médio no Brasil.
Protesto
Durante a participação do ministro na reunião, um grupo de pessoas protestou pedindo a revogação do Novo Ensino Médio. Camilo Santana lembrou que o governo federal está fazendo uma consulta pública sobre o tema, na qual mais de 150 mil alunos já se manifestaram, e defendeu a necessidade de responsabilidade pactuada para a construção de política educacional.
Na reunião, Santana apresentou ainda um balanço das políticas de educação no país e destacou três pontos, cujo fortalecimento considera prioritário na Política Nacional de Educação. Ou seja, a melhoria da alfabetização, expansão do ensino de tempo integral e conectividade nas escolas.
Alfabetização
Segundo o ministro da Educação, a pesquisa Alfabetiza Brasil, realizada com dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), revelou que 56,4% das crianças não estão alfabetizadas no fim do 2º ano, o que representa uma população de 1,57 milhão de crianças. Santana destacou que isso causa grave comprometimento na vida histórica curricular da educação dessas crianças.
Por essa razão, o MEC tem somado esforços para reverter esse cenário com o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, a nova política de alfabetização, instituída em junho deste ano, que teve adesão de 100% dos estados, menos de um mês antes do programa lançado, e já conta com a adesão de 91% dos municípios.
Tempo Integral
O ministro também destacou a nova lei que retoma a política nacional de educação em tempo integral aprovada pelo Congresso Nacional . E que será sancionada na próxima segunda-feira (31), pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com Santana, a nova lei vai permitir a indução técnica e financeira do MEC, desde a matrícula da creche até o ensino médio. Além disso, o município e o estado querem ampliar as vagas de tempo integral nas escolas.
Para o ministro, é necessário cumprir o que prevê o Plano Nacional da Educação que, até 2024, 25% das matrículas no ensino básico sejam em tempo integral. Assim como, 50% das escolas disponibilizem a modalidade. Atualmente, apenas 25% das matrículas são em tempo integral e 22,4% das escolas ofertam esse tipo de ensino.
Conectividade
Camilo Santana destacou ainda que a meta do governo federal é garantir que todas as escolas públicas do país estejam conectadas com banda larga com objetivos pedagógicos, educacionais e equipamentos adequados, e isso será viabilizado por meio dos leilões do 5G.
Segundo ele, atualmente, 40,1 mil escolas não têm acesso adequado à banda larga fixa, e 4,1 milhões de alunos não têm acesso adequado à internet.
Fonte: Agência Brasil