A mortalidade por doença coronariana, na França, é menor que em outros países
O fenômeno conhecido mundialmente como Paradoxo Francês ilustra um dos principais benefícios do vinho para o corpo humano: a proteção cardiovascular. Pois o alto consumo de alimentos gordurosos, típicos da culinária francesa, pela lógica, deveria resultar em um maior número de doenças cardíacas entre os franceses. No entanto, isso não é observado.
Mesmo apresentando os fatores de risco mais comuns, como colesterol alto, hipertensão, índice de massa corporal elevado e tabagismo, a mortalidade por doença coronariana, na França, é menor. Ainda mais se comparada com outros países industrializados da Europa, como os Estados Unidos. Pois a saúde coronária dos franceses é invejável.
O médico francês Serge Reynaud, autor da teoria chamada Paradoxo Francês, sugere que o responsável por essa situação é, exatamente, o elevado consumo de vinho. Os efeitos antioxidantes da bebida, associados ao seu consumo moderado, apontam os fatores responsáveis pelo Paradoxo Francês. A conclusão é o deleite: o consumo moderado de álcool e de vinho está, comprovadamente, relacionado à diminuição da mortalidade por doenças cardiovasculares.
O processo de fermentação aumenta a biodisponibilidade das substâncias fenólicas presentes o vinho
Beber um bom vinho é uma celebração à vida, um momento de deleite despretensioso e, por vezes, sagaz. Não é um ritual de autocuidado, mas se pode colher, conscientemente, os louros dessa cerimônia jubilosa. De fato, e bem documentado pela literatura especializada, existe um grande conjunto de evidências que atestam o potencial da uva e de seus derivados. Mais precisamente, no tratamento de diversas condições clínicas. Como por exemplo, o envelhecimento, hipertensão, doenças neurodegenerativas, AVCs e até o câncer.
Alguns pesquisadores sugerem que a combinação dos compostos da uva com o álcool, presente no vinho, potencializa seus efeitos benéficos à saúde humana. Outros destacam que o processo de fermentação aumenta a biodisponibilidade das substâncias fenólicas presentes na bebida.
Embora os mecanismos responsáveis pelos efeitos saudáveis do vinho sejam complexos, os resultados são bem estudados e avalizados. Consolidando assim, essa bebida milenar como uma coadjuvante agradável e eficiente na manutenção de um estilo de vida feliz e saudável.
Seguem algumas das principais condições que o vinho apresenta potencial benéfico:
Doenças cardiovasculares
Além disso, o consumo moderado de vinho (uma a duas taças por dia) tem sido associado com a diminuição da mortalidade cardiovascular, bem como, com a diminuição do risco de doença cardíaca. O consumo regular de vinho tinto pode beneficiar especialmente àqueles em risco de aterosclerose, hipertensão e hipercolesterolemia. Também é associado à diminuição do risco de infarto do miocárdio.
Colesterol
O vinho aumenta o colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL), que é importante para livrar o corpo do excesso de colesterol. O vinho também diminui níveis de colesterol LDL, que estão associados a um alto teor de gordura. O consumo de vinho em uma refeição é considerado ideal porque permite a eliminação do colesterol antes de ser depositado em locais indesejados no corpo.
Função imunológica
A inflamação crônica é um componente presente em muitas doenças. O etanol e os polifenóis do vinho são capazes de modular as respostas imunes, atuando diretamente no quadro de inflamação. Alterações em biomarcadores inflamatórios em seres humanos sugerem que o vinho tinto é capaz de proteger contra vários distúrbios relacionados ao sistema imunológico, estimulando as respostas imunes, bem como reduzindo a inflamação.
Hipertensão
Os polifenóis do vinho tinto têm efeitos vaso-relaxantes, associados à redução da pressão arterial. Os benefícios parecem ser maiores quando se consome o vinho tinto durante uma refeição. Estudos sugerem que compostos presentes no alho, na cebola, no peixe e no azeite, atuam de forma sinérgica com os compostos presentes no vinho.
Câncer
Apesar de o álcool ser um cancerígeno conhecido, há evidências de que o consumo moderado de vinho pode diminuir o risco de vários tipos de câncer, incluindo cólon, ovário e próstata. O resveratrol, presente na uva e no vinho, suprime a proliferação de uma ampla variedade de células tumorais, incluindo linfoides, mieloides, mama, próstata, estômago, cólon, pâncreas, tireoide, pele, cabeça e pescoço, ovário e colo do útero.
Diabetes
Há evidências de que o consumo moderado e regular de vinho tinto pode prevenir o aparecimento de diabetes tipo 2, bem como as complicações associadas. As propriedades antioxidantes dos polifenóis do vinho tinto podem ser responsáveis pelas respostas positivas.
Aterosclerose
Os polifenóis do vinho tinto reduzem a pressão arterial e a inflamação, melhoram a função endotelial, diminuem a expressão de moléculas de adesão e inibem a proliferação e migração de células musculares lisas. Todos esses processos interferem no desenvolvimento da placa aterosclerótica.