Testes em animais com a vacina nasal confirmaram que houve uma resposta imune que reduziu significativamente a infecção pela Covid-19
Pesquisadores da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, desenvolveram uma vacina de spray nasal para Covid-19, capaz de entregar a proteína spike do SARS-CoV-2 em células das vias aéreas em camundongos e hamsters. Os testes confirmaram que houve uma resposta imune que reduziu significativamente a infecção e a disseminação da Covid-19 nos animais. O próximo passo é testar a tecnologia em humanos.
Vacina nasal pode reduzir propagação da doença
- A vacina nasal para vírus respiratórios é considerada melhor do que as tradicionais injeções intramusculares porque elas menos invasivas e impedem a replicação de partículas virais nas vias aéreas antes que um vírus possa entrar na corrente sanguínea.
- Isso poderia melhorar a taxa de vacinação e reduzir a propagação da doença.
- O trabalho dos pesquisadores publicado na revista Nature Communications.
- A equipe acredita que a tecnologia possa adaptada para induzir imunidade contra outras doenças respiratórias, como influenza e vírus sincicial respiratório (VSR).
- As informações são da Medical Xpress.
Pesquisadores identificaram resposta imune em animais
O vírus que causa a Covid-19 entra no corpo pelo nariz ou pela boca e se replica dentro das células epiteliais. As vacinas que dependem de uma injeção criam principalmente imunidade na corrente sanguínea, o que significa que o vírus deve entrar no corpo e se replicar no sangue antes de detectado pelo sistema imunológico do corpo.
Já a nova vacina nasal produz imunidade nas células que revestem o nariz, a boca e a garganta, impedindo que o vírus chegue tão longe.
Os pesquisadores desenvolveram uma tecnologia que aproveita o mecanismo natural do corpo para transportar a proteína spike da Covid-19 para as células das vias aéreas, onde o sistema imunológico local pode aprender a reconhecer o vírus.
O mecanismo que eles exploraram usa uma proteína chamada receptor Fc neonatal (FcRn) para transportar anticorpos através das células epiteliais. Os pesquisadores desenvolveram e patentearam uma tecnologia para ligar o anticorpo humano escolhido ao FcRn. Em seguida, eles ligaram a proteína spike do SARS-CoV-2 ao FcRn e a pulverizaram no nariz de camundongos.
Os pesquisadores descobriram que a vacina nasal desencadeou uma resposta imune significativamente mais potente nas vias aéreas e nos pulmões. Além disso, reduziu drasticamente a transmissão aérea SARS-CoV-2 em comparação com a injeção.