Na Política de paridade o Ministro da Economia, Fernando Haddad, fala sobre um “colchão” do PPI da Petrobras
Fontes da Petrobras que participaram de reunião com integrantes do governo Lula (PT) na sede da estatal na segunda-feira (27), afirmaram que não há “esforço fora da curva”, “solução mágica” ou “proposta milagrosa” do governo federal para diminuir o impacto da reoneração dos impostos federais sobre gasolina, gás veicular e etanol. Ao contrário, disseram que a Política de Paridade de Preços de Importação está mantida e não será alterada por enquanto, pelo menos até a posse do novo Conselho e da nova diretoria, prevista para abril.
Instituída em 2016, a PPI prevê que a Petrobras alinhe os valores que cobra das distribuidoras pelo combustível ao que é cobrado pelas importadoras que trazem o petróleo refinado.
A posição da cúpula da petrolífera é oposta à do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Assim que sugeriu à jornalistas na noite de segunda que haveria uma margem para que a própria Petrobras .
No último levantamento da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a gasolina vendida pela Petrobras estava 20 centavos mais cara. Acontece que essa referência não foi seguida pela estatal, que entende que a conta favorece os importadores.
Nesse sentido, é praticamente impossível, na leitura desses interlocutores da companhia, amortizar a alta prevista de quase 70 centavos no litro da gasolina com a volta da cobrança dos impostos federais.
Dividendos em xeque
Outra polêmica envolvendo a Petrobras entra em debate nesta semana. Na quarta-feira (1º), os conselheiros da companhia vão decidir o que será feito com o lucro da estatal no quarto trimestre de 2022.
Eles terão acesso ao balanço da companhia antes da divulgação oficial dos resultados, como de costume.
O governo defende pagamentos menores a quem tem ações da Petrobras e mais investimento interno na companhia. Conselheiros e diretores, no entanto, não estão dispostos a mudar a política de remuneração dos acionistas.
As reuniões do conselho já começaram nesta terça-feira (28), com a discussão de outros temas relativos ao dia-a-dia da empresa.
Mas uma coletiva de imprensa está prevista para divulgar os resultados na sequência das deliberações do Conselho de Administração.
Aliás, essa deve ser a primeira interação pública do presidente Jean Paul Prates com jornalistas depois de assumir o comando da petrolífera. Ele tem se recusado a dar entrevistas por alegar estar no “período de silêncio”, que acabaria nesta quarta.