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O consumo de álcool é proibido dentro dos estádios e a afetará o bolso: a cerveja é muito cara por lá, pelo menos para os padrões

Por que o consumo de álcool na Copa do Catar é tão polêmico?

Saiba o motivo do consumo de álcool na Copa do Catar ser tão polêmico.

O consumo de álcool é proibido dentro dos estádios do Catar e afetará o bolso: a cerveja é muito cara por lá, pelo menos para os padrões brasileiros. O influencer digital Matheus Novinho, conhecido por suas participações no programa De Férias Com o Ex, compartilhou com seus seguidores que gastou mais de 2 mil reais comprando 25 cervejas. Segundo o Índice da Cerveja 2022, o Catar é o país com o preço médio da bebida mais alto do mundo.

As regras no Catar sobre o consumo de bebida alcoólica, porém, vão muito além da Copa do Mundo.

As regras sobre ingestão de álcool no Catar

O álcool não é ilegal no Catar. Contudo, há regras muito rígidas e tolerância zero com quem bebe em público e fica bêbado nos espaços coletivos. Estes dois comportamentos são considerados crime e têm punições bem consideráveis. Ou seja, beber em locais públicos pode render pena de prisão de até seis meses e/ou uma multa de cerca de R$ 4.300.

Só pode comprar as bebidas alcoólicas em alguns locais licenciados, como restaurantes e bares de hotéis. Segundo as normas do país, apenas as pessoas com mais de 21 anos têm autorização para consumir álcool.

Não se permite, portanto, aos visitantes que chegam para a Copa do Mundo trazerem bebidas alcoólicas de seu país. Bem como fazer compras na única loja de bebidas no Catar, que fica localizada perto de Doha.

A Fifa também fez um acordo com o governo do país para que os bares dos estádios estejam fechados durante os jogos. No entanto, os torcedores podem comprar bebidas (como vinho, cerveja e destilados) antes e depois das partidas em locais especialmente separados para isso. Segundo o presidente-executivo da Copa do Mundo do Catar, Nasser Al Khater, estes espaços serão lugares “para garantir que eles [os consumidores] se mantenham seguros e não sejam prejudiciais a ninguém”.

Os problemas gerados por essa situação

Aliás, esta situação sobre as regras quanto ao consumo de álcool no Catar gerou uma boa dose de dor de cabeça para a Fifa por uma razão muito específica: a Budweiser é patrocinadora do torneio desde 1986, no México, e tem exclusividade na venda do produto dentro dos estádios.

Inicialmente, o Catar havia concordado em relaxar algumas de suas regras sobre venda e consumo do álcool durante a Copa. Contudo, oito dias antes da abertura do campeonato, no dia 20 de novembro, a Budweiser recebeu uma ordem enviada pelo governo solicitando que suas barracas de cerveja se deslocassem para lugares mais escondidos.

Esta ordem teria vindo, segundo informações relatadas pelo The New York Times, da família real do Catar. Ou seja, do xeique Jassim bin Hamad bin Khalifa al-Thani, irmão do emir governante do Catar.

Desse modo, a determinação envolveria a preocupação que o excesso de visibilidade dado ao álcool na Copa do Mundo criaria problemas para a população local.

Dois dias antes do início do torneio, veio portanto uma nova orientação. A proibição da venda da cerveja e de outras bebidas alcoólicas em todos os oito estádios da Copa do Mundo.

A Budweiser chegou a se manifestar no Twitter, mas retirou posteriormente a mensagem. A Fifa fez um comunicado confirmando a proibição. “Os organizadores do torneio agradecem a compreensão e o apoio contínuo da AB InBev [empresa controladora da Budweiser] ao nosso compromisso conjunto de atender a todos durante a Copa do Mundo da FIFA Catar 2022″.