A formação geológica da Porta do Inferno está crescendo rapidamente com o derretimento do permafrost
A ‘Porta do Inferno’ na República de Sakha da Sibéria, é uma depressão termocárstica que se formou com o derretimento do permafrost, liberando toneladas de carbono na atmosfera. A cratera cresce rapidamente, até um milhão de metros cúbicos ao ano, e formada pela desflorestação e outras atividades humanas.
A “Porta do Inferno“
Localizada na República de Sakha, no nordeste da Sibéria, Rússia, é uma formação geológica que se formou com o derretimento do permafrost. O enorme buraco no solo também é conhecido pelo nome Batagaika Crater.
Uma pesquisa publicada em março de 2024, desenvolvida por cientistas da Universidade Estatal de Lomosonov em parceria com o Instituto Alfred Wegener da Alemanha, mostrou a velocidade que a cratera se expande: até um milhão de metros cúbicos por ano, que ocorre com o derretimento do permafrost. Além disso, ela libera toneladas de carbono na atmosfera todos os anos.
Segundo a pesquisa, em 2023, a cratera tinha 990 metros de largura. Comparado ao seu tamanho em 2014, que era de 790 metros, nota-se um crescimento de 200 metros em menos de 10 anos.
A cratera começou a se formar na década de 1960, quando a desflorestação, e outras atividades humanas removeram a camada de vegetação que isolava o permafrost.
Essa é uma das principais causas do descongelamento acelerado do permafrost. Dessa maneira, eventualmente causou o colapso do solo e a formação do buraco.
Porém, só descobriram em 1991, com imagens de satélite, depois da queda de uma encosta nas terras altas de Yana. Isto é, ao norte de Yakutia, próximo da região da cratera.
Esse fenômeno que tirou a cobertura de permafrost, que é feita de uma camada de gelo, rocha e sedimentos, estava congelada há 650 mil anos. De acordo com a pesquisa, esse é o permafrost da Sibéria mais antigo, e no ranking mundial, fica em segundo lugar.
Mudanças climáticas
O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), entende que essas crateras acontecem quando a rocha subterrânea, composta de calcário, carbonato e outros sais solúveis, se dissolve em água.
Tecnicamente conhecida como uma depressão termocárstica, o buraco mostra um sinal do impacto das mudanças climáticas, já que o aumento das temperaturas derrete o permafrost que mantém a solidez da terra, debilitando sua estrutura.
À medida que o solo permanentemente congelado libera calor, o tamanho da cratera aumenta significativamente.