Maior ídolo do futebol brasileiro faleceu devido a um câncer
Morreu, nesta quinta (29), aos 82 anos, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé. Dono do incontestável título de Rei do esporte mais popular do planeta, o brasileiro tricampeão da Copa do Mundo com a camisa da Seleção Brasileira. E, além disso tudo, autor de mais de mil gols na carreira. O rei não resistiu a problemas de saúde causados por complicações de um câncer. Ele estava internado desde 29 de novembro no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
O diagnóstico do tumor de cólon (intestino grosso) de Pelé foi feito em setembro de 2021, quando ele passou por uma cirurgia. Desde então, as visitas do ex-jogador de futebol à unidade hospitalar passaram a ser frequentes e programadas. Em algumas delas, o ídolo chegou a ficar na UTI. No início de 2022, foram identificadas metástases no intestino, no pulmão e no fígado. Na última internação, os médicos constataram que o tratamento de quimioterapia não surtia mais efeitos.
Com isso, o Rei do Futebol passou a receber cuidados paliativos para aliviar o desconforto e a dor. Pelé recebeu diversas homenagens de fãs, famosos e da comunidade do futebol na internet. Entretanto, nos últimos dias, prédios e monumentos do Catar, receberam projeções com a mensagem “fique bem logo” desejando melhoras ao ídolo. Além disso, a última partida da Seleção Brasileira, contra Camarões, torcedores estenderam a mensagem em prol da pronta recuperação do ex-jogador de futebol em faixas e cartazes.
A história do Rei do Futebol
O Rei do Futebol recebeu diversas outras mensagens no mês que passou internado em São Paulo. Bastante ativo nas redes sociais, Pelé chegou a fazer uma publicações para agradecer o carinho. “Amigos, eu estou no hospital fazendo minha visita mensal. É sempre bom receber mensagens positivas como essa. Obrigado ao Catar por essa homenagem, e a todos que me enviam boas energias”, diz um dos textos, publicado dias após a internação, no Instagram.
Pelé nasceu em 23 de outubro de 1940, em Três Corações, Minas Gerais. Para onde o pai, João Ramos do Nascimento, o jogador Dondinho, se mudou para servir o exército. Estabelecido na cidade, Dondinho conheceu Celeste, filha de um vendedor de lenha, com quem se casou e teve três filhos. O primeiro deles, entretanto, batizado de Edson em homenagem a Thomas Edison, inventor da luz elétrica. Nos primeiros anos, o garoto recebeu da família o apelido de Dico. A mudança, no entanto, para Pelé foi em 1943, em homenagem ao goleiro Bilé, do Vasco da Gama de São Lourenço, clube de Dondinho à época.
Sendo assim, em 1945, a família Arantes do Nascimento trocou Três Corações por Bauru, no interior de São Paulo, onde Dodinho foi jogar. Na cidade, Pelé atuou em categorias de base do Sete de Setembro. Em seguida, no Baquinho, os juvenis do Bauru Atlético Clube. Em 1956, foi levado pelo ex-atacante Waldemar de Brito para treinar no Santos.
Feitos precoces e carreira meteórica
Pelé chegou ao Santos com 15 anos e 10 meses, no início de agosto de 1956. Aliás a estreia com a camisa do Santos não demoraria: em 7 de setembro, marcaria o primeiro de seus 1.091 gols pelo Peixe, substituindo o veterano Del Vecchio no segundo tempo da vitória sobre o Corinthians de Santo André, por 7 x 1, no ABC Paulista.
Sobretudo, todos os feitos foram precoces na carreira meteórica de Pelé. Em 7 de julho de 1957, estreou pela Seleção Brasileira marcando o gol da derrota, por 2 x 1, no Macaranã. Caçula do grupo na Copa do Mundo da Suécia, assumiu o posto de titular na terceira partida. O garoto foi decisivo na fase final, ao marcar o gol da vitória sobre País de Gales, por 1 a 0, que classificou o Brasil às semifinais. Foi o primeiro jogador a marcar três gols em uma final de Copa, na goleada sobre a França, por 5 x 2. No fim do ano, levantou o primeiro dos 10 troféus do Paulista pelo Santos.
A consagração
A consagração viria, entretanto, na década de 1960, quando com a Seleção Brasileira conquistou o bicampeonato no Chile em 1962. Embora tenha se machucado na segunda partida. Com o Santos foi bicampeão da Libertadores e do Mundial Interclubes, em 1962 e 1963. Já no Brasil, teve a sequência de cinco títulos da Taça Brasil, iniciada em 1961 e interrompida em 1966, quando perdeu para o Cruzeiro.
Na década de 1970, na considerada maior Seleção Brasileira de todos os tempos, conquistou o tricampeonato no México. Os anos seguintes foram marcados pelas despedidas, primeiro da Seleção (em julho de 1971), depois do Santos (em outubro de 1974). Os três anos seguintes foram no New York Cosmos, até se aposentar definitivamente em 1977. Desde a aposentadoria, Pelé é o embaixador mundial de futebol. Recebeu as mais variadas homenagens, da ONU ao Palácio de Buckingham.
Em 21 anos de carreira profissional, foram 1.367 jogos e 1.279 gols pelo Santos, Seleção Brasileira, Seleção Paulista, Seleção das Forças Armadas e New York Cosmos. Este último, se transferiu em junho de 1975. Com a camisa do Peixe, Pelé jogou 1.116 partidas, onde balançou as redes 1.091 vezes. Mas pelo Brasil, foram 114 jogos e 91 gols.