David Cameron afirmou que a Venezuela já estabeleceu fronteira e que deveria parar com a tentativa de anexar Essequibo
O ex-premiê e atual Secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, disse que não vê “absolutamente nenhum argumento para uma ação unilateral por parte da Venezuela” na Guiana. Depois do referendo convocado por Nicolás Maduro, no qual a população aprovou a anexação da região de Essequibo.
Cameron fez o comentário durante uma declaração conjunta com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, em Washington.
Ele ainda afirmou: “Espero ter alguns telefonemas mais tarde com o presidente da Guiana. Bem como outros na região para tratar de assegurar que este passo tão retrógrado que se deu não vá mais além”.
Durante o encontro, Cameron expressou sua satisfação com as medidas tomadas pelos Estados Unidos, que manifestaram seu apoio à soberania da Guiana.
Em 1899, a sentença arbitral de Paris concedeu aos britânicos, que então governavam a Guiana, a soberania sobre a zona rica em petróleo que é objeto de controvérsia. Décadas depois, a Venezuela denunciou à ONU que houve vícios no julgamento e deixou claro que considerava a sentença nula.
O Acordo de Genebra foi assinado em 1966, o Reino Unido admitiu a existência de uma controvérsia sobre o território do Essequibo. Nesse mesmo ano, a Guiana tornou-se independente, iniciando uma fase de negociações diretas com a Venezuela.
Na sua conta no X (antigo Twitter), a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, respondeu às declarações de Cameron, dizendo que “a única coisa retrógrada é a penúria política, econômica e social a que mergulharam o Reino Unido, Isto é, desde o Brexit, do qual David Cameron é diretamente responsável”.
A Guiana denunciou com o referendo e medidas colocadas em prática. Entretanto, Caracas procura a “anexação” da área disputada, termo que também tem utilizado pela Corte Penal Internacional.