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Pela primeira vez, o Brasil vai presidir o BID, instituição que financia grandes projetos de infraestrutura na América Latina

Terei relação harmônica com os governos, diz Goldfajn

Brasil vai presidir a instituição pela primeira vez; BID financia grandes projetos de infraestrutura na América Latina

O economista brasileiro Ilan Goldfajn, eleito presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), fala sobre sua expectativa para a gestão inédita. Esta é a primeira vez que o Brasil vai presidir a instituição, que financia grandes projetos de infraestrutura na América Latina.

Eleito na primeira rodada de votação com 80% de apoio, Goldfajn foi presidente do Banco Central no governo Michel Temer. O economista indicado para a vaga pelo governo Jair Bolsonaro, mas afirmou que atuará em harmonia com o governo eleito, que terá Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Presidência da República.

“Eu vejo muito natural a convivência com o novo governo, vamos ter obviamente harmonia, vamos ter o prazer de contribuir, se complementar. As pautas da minha pauta de plataforma se parecem com a pauta da plataforma dos objetivos do governo eleito. Ou seja, a questão do clima, combater a pobreza, desigualdade, investir em infraestrutura. Eu vou ser presidente do BID e vou ter relação harmônica com todos os governos, inclusive, tenho certeza, do Brasil”, disse Goldfajn.

BID

O economista falou que “foi um dia histórico para o Brasil”. Considerando que é a primeira vez que um brasileiro preside a instituição. Assim ele incluiu que a a sua votação para comandar o BID recebeu apoio dos Estados Unidos. “Acho que o voto de hoje foi um voto do diálogo, um voto do cansaço com as brigas ideológicas, é um voto para conciliação”, disse.

“Os Estados Unidos entenderam que o acordado dentro do BID é que o presidente seja um presidente da América Latina e do Caribe. A presidência americana na última vez foi um desvio, que acho que o atual governo dos EUA não quer mais que aconteça. Por isso, não ofereceram candidato de propósito, e apoiaram minha candidatura dentre as cinco que existiam”, acrescentou Goldfajn.

Sobre a linha de atuação, Ilan Goldfajn reiterou que o BID deve concentrar recursos em ajudar milhões de pessoas no combate à fome. “Nos importa saber se vamos de fato melhorar a vida de milhões de pessoas, o BID tem o instrumento para isso, os recursos para isso. Vamos conseguir ajudar os que hoje estão enfrentando o problema da fome, depois da pandemia, depois do aumento de alimentos, quantas pessoas foram marginalizadas? O BID tem que ajudar isso, temos que dar as mãos, todos os governos”, concluiu.