Na Abertura Nacional do Plantio, o presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso lembrou que o Brasil produziu 315 milhões de toneladas de grãos na safra 22/23
São 155 milhões apenas de soja, mas o grande problema persiste: falta de armazéns. Assim, o que poderia ser uma solução para o país, acaba sendo um problema por conta do déficit de armazenagem, superior a 60%.
Cadore acredita que a disponibilidade de crédito no Brasil não foi constituída para que o produtor tenha armazenagem dentro de sua propriedade. “Se quebra uma correia de uma colheitadeira e o agricultor vai atrás de repô-la, consegue sair da loja com uma máquina nova, mas para construir um armazém não tem, nem de perto, essa mesma facilidade”, ressalta.
Para ilustrar o problema, Cadore traça um paralelo: “Produzir sem ter armazém é o mesmo que possuir uma sorveteria com freezer para apenas 50% dos sorvetes que produz”.
Consciência do produtor
De acordo com o presidente da Aprosoja-MT, o problema passa também pela consciência do produtor. Cadore ressalta que o governo não pode concentrar a disponibilidade de crédito em apenas uma instituição financeira, o que atrapalha todo o processo.
Dificuldade em acessar crédito para armazéns
Já a diretora-executiva da Casp, Anelise Marques, que também compôs o painel sobre os desafios da armazenagem no Brasil, que faz parte da programação da Abertura Nacional do Plantio da Soja, ressaltou que o produtor não consegue acessar o crédito pelo excesso de burocracia e, também, pelo custo-Brasil.
Segundo ela, nos Estados Unidos, 66% dos armazéns estão nas fazendas. No Brasil, apenas 15%. A cada Plano Safra anuncia-se recorde de recursos, mas o dinheiro não chega na ponta.
Segundo Analise, o produtor rural se esforça a cada dia para conseguir aumentar a produtividade em uma saca de grão por hectare. Mas na hora de escoar o país perde 36 milhões de toneladas por falta de armazéns.