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A falta completa de exercícios, conhecida como sedentarismo, é um problema grave no Brasil

Sedentarismo cresce no Brasil e começa a preocupar empresas

Práticas da pandemia aumentaram o sedentarismo no Brasil, um problema que já era sério antes

Estamos cada vez mais parados. Nos últimos dois anos, o isolamento social e a mudança de hábitos, como pedir mais delivery e trabalhar de casa, agravaram uma tendência que já era forte no Brasil: o sedentarismo.

Mesmo com o afrouxamento das medidas de segurança contra a covid-19, a tendência parece se manter. “Achamos que, com o fim do lockdown, as pessoas voltariam aos níveis anteriores. Mas, para nossa surpresa, a inatividade física aumentou 40,6%”, diz Luciana Vasconcelos.

Luciana é assessora técnica em saúde pública e epidemiologia na Vital Strategies, uma das responsáveis pela pesquisa Covitel, em parceria com a Universidade Federal de Pelotas, que avaliou os principais fatores de risco para doenças crônicas antes e depois da pandemia.

A definição de inativo, aqui, inclui o nível de movimento em todos os tipos de atividades. Desde aquelas características do trabalho até as realizadas no ambiente doméstico, no lazer e na prática de exercícios físicos.

Outro dado do estudo mostra também que, antes da pandemia, 38,6% dos brasileiros declaravam fazer mais de 150 minutos de atividade física no lazer por semana. No primeiro trimestre de 2022, o número caiu para 30,3%.

E não é que antes estivéssemos em uma situação boa. Pois já em 2018, a OMS colocava o Brasil como o quinto país mais sedentário do mundo. E sobretudo o primeiro na América Latina, com 46% da população sedentária.

Indo contra a natureza humana

Simplesmente não fomos feitos para ficar parados. “Em nossa história evolutiva, sempre estivemos em movimento — fazíamos atividades moderadas ou vigorosas em boa parte do dia ao plantar, assim como colher, andar e caçar”, diz Bruno Gualano, professor da Faculdade de Medicina da USP.

Bruno é um especialista em fisiologia do exercício e autor de estudos sobre promoção de estilo de vida saudável para populações clínicas. “Temos um conjunto de genes que funciona bem em movimento, e nosso ambiente moderno não nos dá as condições para isso.”