O texto segue agora para a Câmara dos Deputados
O Senado aprovou nesta terça-feira (25), o projeto de lei que cria regras de aposentadoria especial para agentes de saúde e de combate a endemias.
A medida atende a uma reivindicação histórica da categoria, mas preocupa o governo Lula (PT) pelo impacto bilionário nas contas públicas. O texto segue agora para a Câmara dos Deputados e, caso aprovado, encaminhamento para sanção presidencial.
O projeto prevê que os profissionais aposentados recebam o mesmo valor de aposentadoria que os salários dos agentes que continuam na ativa. Ou seja, com reajustes iguais aos concedidos ao longo da carreira.
A categoria defende que, por atuarem diariamente em contato com doenças, ambientes insalubres e risco permanente à saúde, deveriam ter o mesmo reconhecimento já garantido a outras profissões com aposentadoria especial.
Impacto bilionário e critica do governo
O relator da proposta, senador Wellington Fagundes (PL-MT), estima que o custo das novas regras pode chegar a R$ 14 bilhões.
Mesmo assim, ele argumenta que o impacto poderia ser compensado pela atuação dos agentes na prevenção de doenças. Por isso, tende a reduzir internações, o uso de medicamentos de alto custo e pressões sobre o Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com Fagundes, a economia gerada pela prevenção pode igualar ou até superar o gasto previdenciário.
O governo, porém, não concorda. A equipe econômica avalia que o impacto fiscal é inviável no cenário atual e critica a aprovação da proposta sem uma compensação financeira definida.
Desgaste entre Lula e Senado
O desgaste político ocorre em um momento sensível para o Executivo. Especialmente após a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Aliás, movimento que gerou reações negativas no Senado, onde ele ainda será sabatinado no dia 10 de dezembro.
O presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), se queixa de não ter sido ouvido pelo Planalto na escolha de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Alcolumbre esperava ter peso na decisão e defendia, nos bastidores, a indicação de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a Corte. A escolha final por Messias foi interpretada como revés e aumentou o incômodo com o governo.
Lula também não ligou para Alcolumbre a fim de comunicar sua decisão final por Messias, o que deixou o senador irritado.
Fonte: senadonotícias





