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Guerra na Ucrânia tem prejudicado a chegada de fertilizantes usados para a produção de soja no Brasil

Produção da soja do Brasil deve desacelerar por escassez de fertilizantes

Consultoria já traça uma produção da soja em ritmo menor em áreas do Brasil

A área de soja do Brasil crescerá na próxima safra em um ritmo mais lento do que em anos anteriores, enquanto produtores enfrentam um cenário de escassez de fertilizantes desencadeado pela guerra na Ucrânia, disse nesta quinta-feira a consultoria Agroconsult.

Nas últimas temporadas, o maior produtor e exportador global da oleaginosa vinha avançando entre 1 milhão e 1,5 milhão de hectares, um nível improvável de ser visto em 2022/23, cujo plantio começa a partir de setembro.

“Agora estimamos entre 500 mil hectares e 1 milhão de hectares de crescimento da área de soja”; disse o presidente da Agroconsult, André Pessôa, em videoconferência. “Dado o cenário atual, seria mais próximo de 500 mil hectares de expansão de área.”

O Brasil importa cerca de 85% de seu consumo de fertilizantes e a Rússia é normalmente o maior fornecedor do insumo. Além disso, Belarus, que é aliado dos russos no conflito contra a Ucrânia, também exporta a matéria-prima aos brasileiros, mas sofre sanções ocidentais.

Apesar dos gargalos trazidos pela guerra, a consultoria também vê oportunidades. Para a soja, Pessôa destacou o impulso aos preços, uma vez que as exportações devem se afetar pela quebra da safra 2021/22.

Mato Grosso

Em Mato Grosso, principal Estado produtor da oleaginosa, as lavouras precoces tiveram desempenho positivo e o terço final da safra perdeu produtividade por excesso de chuvas; disse então a jornalistas o coordenador do Rally, André Debastiani.

Ainda assim, a produtividade da soja mato-grossense deve alcançar 60,7 sacas por hectare, alta de 4,8% sobre o ciclo anterior; contribuindo para amenizar as perdas em outros locais. Para o milho, a consultoria manteve os números para a segunda safra em 92,2 milhões de toneladas; alta de 52%. Com isso, a produção total deve alcançar 116,1 milhões de toneladas.

“As perspectivas para a segunda safra de milho são positivas em razão do bom calendário de plantio no Centro-Oeste. Existe uma preocupação sobre necessidade de chuva no Paraná e no Mato Grosso do Sul em abril, mas por ora, o desenvolvimento das lavouras é muito bom em praticamente todo o país.”