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Nos últimos dias, a guerra comercial entre Trump e Xi Jinping elevou as tarifas recíprocas para mais de 145%

Soja dos EUA pede pausa em tarifas com China e já fala em falências

Nos últimos dias, a guerra comercial entre Trump e Xi Jinping elevou as tarifas recíprocas para mais de 145%

Produtores de soja dos EUA pedem ao governo de Donald Trump que suspenda as tarifas contra a China e inicie negociações para evitar que a guerra comercial continue. O setor teme que, com a substituição da soja americana pela brasileira, centenas de produtores possam falir.

Guerra Tarifária

Nos últimos dias, as tarifas entre os dois países subiram para mais de 145%. A China, contudo, respondeu afirmando ter mais capacidade de resistência. A agricultura, especialmente a soja, foi escolhida como um dos principais alvos da retaliação, algo que preocupa os republicanos.

A China, adquire anualmente mais de US$ 15 bilhões do produto, que é um pilar da economia agrícola americana. Aliás, movimentou US$ 125 bilhões representando 0,6% do PIB. Com cerca de 500 mil produtores, o setor enfrenta incertezas devido à disputa comercial com Pequim.

“A escalada contínua das tarifas com a China é preocupante para os produtores de soja, pois a China é um mercado de exportação essencial para a soja dos EUA”, disse a Associação Americana da Soja.

Alerta para impactos imediatos

Caleb Ragland, afirmou que a retaliação da Chiťna é difícil de aceitar e alertou sobre os impactos imediatos nesta safra e os danos a longo prazo de uma guerra comercial prolongada.

Analistas americanos apontam que a soja dos EUA perdeu espaço para o Brasil, com a China reduzindo a demanda. As importações caíram 3% em 2024/25, e reverter essa tendência será difícil. Para evitar falências, o setor negocia com a Casa Branca o aumento de subsídios, como os US$ 23 bilhões destinados por Trump no primeiro mandato.

A ideia de um apoio foi defendida esta semana pela Associação da Soja e Iowa. O estado que representa a segunda maior produção de grãos do país. “Os produtores de soja se encontram na linha de frente em uma guerra comercial global”, disse a entidade.

Acordo de compras obrigatóriasm

A entidade pediu à Casa Branca que negocie com a China um acordo de compras obrigatórias de produtos agrícolas dos EUA e crie linhas de crédito para compensar as perdas dos agricultores. Aliás, o impacto vai além da economia, afetando estados-chave para o apoio a Trump, como Louisiana, de onde vem o líder da Câmara, Mike Johnson.

Antes de suspender as tarifas, os europeus viam a retaliação à soja como uma estratégia política contra o governo Trump. Ou seja, já que mais de 80% das exportações de soja dos EUA para a UE vêm desse estado.