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O tamanho do reajuste ou corte na Selic ainda não está claro e mercado se divide em um Banco Central cauteloso e ousado.

COPOM: Qual será o tamanho do corte na Selic?

O tamanho do reajuste ou corte na Selic ainda não está claro; mercado se divide em um Banco Central cauteloso e ousado

O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nesta quarta-feira (2) para o que pode ser considerado o encontro mais importante do grupo no último ano. Isso porque o Banco Central pode reduzir a Selic pela primeira vez em três anos.

O ciclo de aperto monetário começou em março de 2021 e seguiu até agosto de 2022. Desde então, a Selic está sendo mantida no patamar de 13,75%. Antes do início do aperto, os juros estavam estacionados em 2%, menor patamar histórico, desde agosto de 2020.

Essa também é a estreia dos diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Copom. Gabriel Galípolo está na cadeira de diretor de Política Monetária, enquanto Ailton de Aquino assumiu a Diretoria de Fiscalização.

Banco Central: O tamanho do reajuste

O tamanho do reajuste na taxa básica de juros ainda não está claro.  Uma parte dos analistas prefere seguir a linha mais cautelosa, com um corte de 0,25 ponto percentual – a ideia é de que os núcleos da inflação continuam altos. Já outra parte defende que há espaço para um corte mais ousado, de 0,50 pp.

Selic a 13,50%

De acordo com o estrategista-chefe da Warren Rena, Sérgio Goldenstein, quatro pontos explicam um possível conservadorismo do Banco Central

  • Projeções de inflação do BC no cenário de referência não devem ficar abaixo da meta de 3%;
  • Processo de reancoragem das expectativas foi apenas parcial;
  • Inflação de serviços ainda se mostra resiliente e dados robustos de mercado de trabalho podem limitar um processo de desinflação mais rápido; e
  • Ajuste inicial de 0,25 p.p. seria mais coerente com a sinalização anterior do Comitê de cautela. E parcimônia na condução da política monetária, além de conter “excesso de otimismo” do mercado.

Os analistas da equipe de macroeconomia da Daycoval Asset, também acreditam que o BC deve agir de forma parcimoniosa.

“O Brasil avançou na aprovação da Reforma Tributária e no arcabouço fiscal, o que reduz a percepção de risco. A inflação corrente tem vindo comportada, ainda que centrada em itens voláteis. Mas também é possível verificar algum arrefecimento da inflação mais persistente, o que deve se intensificar a frente”. Assim explica o economista-chefe da Daycoval, Rafael Cardoso.

IGP-M

A deflação de -0,07% do IPCA-15, divulgada na semana passada, justifica o corte de 0,50% da Selic, avaliam os especialistas Ana Paula Carvalho, da AVG Capital, e André Fernandes, da A7 Capital.

“A inflação tem mostrado uma melhora qualitativa, com a redução dos preços de energia e alimentos”, diz Carvalho, da AVG.

Fernandes, da A7, ainda destaca que, apesar da alta do petróleo, a Petrobras (PETR3;PETR4) não deve reajustar preços tão cedo. “A Petrobras deve segurar uma defasagem de até 30% a 35% em comparação aos preços internacionais. Isso contribui para aliviar a pressão no IPCA e dar um conforto maior para o Banco Central”, diz.

Os especialistas também destacam que o boletim Focus aponta para uma melhora nas projeções para a inflação, com expectativa de redução tanto para este ano como para o próximo.

Além disso, o IGP-M abaixo do esperado, o discurso dovish do Federal Reserve, e o dólar na faixa de R$ 4,70 corroboram para o corte da Selic, ressaltam.