A próxima reunião da câmara está agendada para o dia 19/6, às 8 horas, na sala 202 sobre inovações tecnológicas
O eixo debatido foi a nanobiotecnologia e as inovações tecnológicas. A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), por iniciativa da Câmara Setorial Temática (CST), realizou na manhã desta segunda-feira (12), reunião para promover levantamentos técnicos, estudos, pesquisas, análises sobre a ciência, inovação, tecnologia e sustentabilidade para agricultura mato-grossense.
O relator, professor do Departamento de Química da Universidade Federal de Mato Grosso, Ailton José Terezo, definiu alguns eixos de discussão sobre a nanotecnologia. Segundo ele, o controle da matéria na escala da nanométrica permitiu inúmeras inovações e a ciência, nos últimos anos, discutiu isso para o desenvolvimento da agricultura e do meio ambiente.
Segundo Terezo, na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) foi desenvolvido um estudo de nanotecnologia a base de carbono extraído a partir da síntese da agropecuária e de resíduos urbanos. Os materiais, de acordo com ele, são estimulantes que aceleram a fotossíntese das plantas. “A nanotecnologia, ou seja, o controle da matéria nanométrica, pode trazer inovações e novas tecnologias para a agricultura de forma mais sustentável”, afirmou o relator.
Em relação ao eixo de nanotecnologia, o relator disse que o foco da CST é debater o conhecimento voltado aos produtos que estarão disponíveis para o campo. Segundo Terezo, compete aos poderes (Executivo e Legislativo) levantar as informações e, com isso, formatar as leis ou decretos que disciplinem a introdução das novas tecnologias no campo.
Inovações tecnológicas
De acordo com o relator da CST, durante os 180 dias, a câmara vai discutir e estudar quatro eixos voltados à temática da agricultura. A 1ª reunião/eixo já foi realizada e discutiu o setor biológico, químico e metabólicos. A 2ª foi a discussão sobre a nanotecnologia. A 3ª reunião será para debater a valorização de produtos primários e de resíduos. O 4º eixo é para discutir a inteligência artificial e aprendizagem de máquina na agricultura.
A próxima reunião está prevista para acontecer no dia 19 de junho, às 8 horas. O encerramento das reuniões, segundo Terezo, está previsto para o mês de julho. Nesse mês, a CST deve se reunir duas vezes. Uma para ouvir a iniciativa privada: Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat) e a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (AMPA).
Num segundo momento, ainda em julho, a CST discutirão o tema inovação na agricultura com instituições públicas do Estado de Mato Grosso como, por exemplo, a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), a UFMT de Rondonópolis e do campus de Cuiabá, a Embrapa e a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia e Inovação.
CST
Para a reunião de hoje, a CST realizou quatro palestras sobre nanobiotecnologia voltada à agricultura sustentável em Mato Grosso. O tema abordado falou sobre a criação de novos materiais e o desenvolvimento de novos produtos. Estes com base na tecnologia moderna, na manipulação dos átomos e moléculas.
O primeiro a falar foi o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Daniel Correa. Ele disse que atualmente a empresa conta com mais de dois mil pesquisadores e cerca de 90% têm PhD (títulos obtidos em outros países). Segundo ele, a Embrapa tem 43 unidades descentralizadas em todo o Brasil. “É uma área de pesquisa importante, porque gera conhecimento voltadas à agricultura sustentável”, disse.
Em outra palestra, o representante da LNNano-CNPEM, Diego Stefani Martinez, falou sobre os aspectos regulatórios da nanotecnologia para inovação sustentável. “Esse segmento é uma estratégia para Mato Grosso. Mas para isso é preciso alinhar esforços na sustentabilidade, porém é um desafio. O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais tem como missão fazer nanociência, tecnologia, e inovação para o desenvolvimento sustentável”, disse Martinez.
A outra palestra abordou a biomassa e o potencial para o desenvolvimento de nanotecnologia para a agricultura. A palestrante Flávia Vischi integra a equipe do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (USP).