Terapia genética trouxe restauração de até 10.000 vezes a capacidade visual dos pacientes
Um avanço histórico na área da oftalmologia baseado em uma terapia genética inédita promete revolucionar o tratamento da cegueira hereditária. Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, obtiveram resultados surpreendentes em um estudo clínico com pacientes portadores da amaurose congênita de Leber (LCA1). Uma doença genética rara que causa perda severa da visão desde a infância.
Segundo o estudo publicado na revista The Lancet, através da terapia genética, os cientistas conseguiram restaurar em alguns casos, até 10.000 vezes a capacidade visual dos pacientes (os que receberam maior dose da terapia). Tudo de modo seguro e eficaz, com poucos efeitos colaterais.
Novas abordagens para a terapia
A melhora com a terapia genética é perceptível já no primeiro mês após a aplicação. Assim, a nova visão se manteve estável por pelo menos 12 meses. Em um dos casos mais significativos, um paciente relatou ter conseguido se orientar à noite com a luz de uma fogueira, algo impensável antes do tratamento.
Também avaliaram a segurança, com efeitos colaterais mínimos. Ou seja, pequenas hemorragias oculares e inflamações, todas resolvidas com tratamento, os problemas mais comuns.
O estudo liderado pelos pesquisadores Artur Cideciyan e Tomas Aleman, destacaram o grande potencial da terapia genética para então reverter cegueiras causadas por degenerações hereditárias. Com base nesse avanço, os cientistas agora buscam aperfeiçoar o tratamento e aplicá-lo em outras formas de cegueira congênita. Dessa maneira, abre um novo caminho para a aprovação clínica da terapia.