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Governo italiano é um dos principais acionistas do Grupo Tim, antiga Telecom Italia, com quase 10% do capital

TIM Brasil pode ser vendida devido mudança no governo italiano

Quem lidera as pesquisas na Itália defende a venda da Tim Brasil

A Tim Brasil pode ser vendida devido mudança no governo italiano, quando o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, apresentou sua renúncia (21). Isso ocorreu depois que seu governo de coalizão de unidade nacional entrou em colapso. Com isso, o parlamento passou por uma dissolução. Por isso, anteciparam a eleição para ocorrer no dia 25 de setembro e o resultado da eleição pode afetar profundamente o mercado de telecomunicações no Brasil.

Pelo menos, até o momento, a coligação de direita liderada pelo partido “Irmãos da Italia”, pode sair vencedora nesse processo, o que irá causar repercussões significativas no Brasil. Um dos pontos defendidos pelo partido, é a venda dos negócios no Brasil pelo grupo Tim, ou seja, vender a Tim Brasil.

O governo italiano é um dos principais acionistas do Grupo Tim, antiga Telecom Italia, com quase 10% do capital. E, além disso, possui também o golden share, o que permite o bloqueio de transações que consideraram nocivas ao país italiano.

O coordenador de políticas para TICs dos “Irmãos na Itália”, Alessio Butti, revelou ser a favor em vender a Tim Brasil. De acordo com uma entrevista publicada pelo veículo local, Affari Italiani, no domingo (24). E, além disso, irá usar o dinheiro para sanar os negócios do Grupo Tim na Itália.

Não faz sentido manter a Tim Brasil enquanto estão previstas demissões na Itália

Ele também falou que isso ocorrerá caso a eleição confirme a liderança do governo novo, que é o apontado nas pesquisas. Sendo assim, haverá o impedimento da demissão de 12 mil pessoas da operadora. Pois é uma das medidas presentes no plano de recuperação das finanças da tele apresentado pelo executivo Pietro Labriola, ex-CEO da Tim Brasil.

“Acredito que não faz sentido manter a Tim Brasil, enquanto estão previstas demissões na Itália. Seria melhor vender a subsidiária brasileira”, afirmou ao periódico.

O plano apresentado por Labriola apresenta muitos aspectos. Por exemplo, a manutenção do ativo brasileiro, as demissões e a separação estrita entre serviços e infraestrutura. Mas o único ponto que Butti, do “Irmãos da Itália” não difere é a criação de uma empresa única de infraestrutura óptica nacional. Pois a mesma seria formada pela fusão entre a rede da Tim Itália e da Open Fiber. No entanto, acredita ser um exagero a importância que está sendo dada à fibra óptica.

Máximo de 70% dos locais

De acordo com ele, a topologia do país italiano exige o uso de outras tecnologias. “A fibra pode chegar a no máximo 70% dos locais”, falou o político. As alternativas à fibra mencionadas foram o rádio e o FWA, uma tecnologia sem fio baseada no 5G, que por sua vez precisa de fibra até as estações móveis para funcionar adequadamente.

Alessio Butti também falou que pretende impedir mudanças na gestão da Sparkle. Pois ela é o braço de atacado, nuvem e trânsito internacional do Grupo Tim, que podem enfraquecer o papel do governo na empresa.

Além disso, afirmou que o novo governo vai bater de frente com a Vivendi como sócia no Grupo Tim. Sobretudo, no intuito de evitar que o grupo francês tenha o maior beneficiário dos dividendos vindos do plano de fomento à digitalização. Pois o mesmo foi elaborado pelo governo italiano para recuperar a economia após a pandemia de Covid-19.